Professora aposentada desde 1995, Élcia Nascimento Costa, de 74 anos, está empolgada com o emprego conquistado neste ano. "Não havia buscado trabalho após a aposentadoria, até surgir essa oportunidade. Me candidatei à vaga para reforçar a renda mensal. A experiência está sendo ótima, vivo situações novas e divertidas", conta.Sua colega, Quitéria Lucas Farias Luz, de 63 anos, pulou, gritou e chorou de alegria quando recebeu a notícia de que seria contratada. "Eu me inscrevi para a vaga, porque adoro o contato com o ser humano. Conversar e ajudar o outro é o que mais amo. Agora, o clima em casa até mudou. Meu marido me olha de um jeito diferente e me sinto mais valorizada."As duas foram contratadas como concierges pela Drogaria Venancio. "A principal tarefa delas é recepcionar os clientes e acompanhá-los à seção do produto que buscam, ou encaminhá-los a outro atendente, caso precisem de informações detalhadas", conta a gerente de RH da empresa, Michelle Rodrigues. A ideia surgiu quando a empresa identificou grande demanda de idosos nas lojas de Copacabana, bairro com a maior população de pessoas acima dos 60 anos no Brasil, conforme levantamento do IBGE.(...) Segundo a coach de carreira Madalena Feliciano, é crescente o número de pessoas que buscam permanecer ou se reinserir no mercado de trabalho. "É um fenômeno recente no Brasil e está diretamente relacionado às melhorias nas condições de saúde da população, que leva ao aumento da expectativa de vida", afirma. A coach conta que estudos mostram que os 70 anos da sociedade atual podem ser comparados aos 50 anos de algumas décadas atrás. "Isso ocorre porque cada vez mais as pessoas com mais idade apresentam grande vigor e disposição. Essa realidade deve ser encarada como algo natural e saudável."(...) Atualmente, o grupo Mania de Churrasco tem duas funcionárias que foram contratadas quando tinham 65 e 66 anos. Uma delas é Maria de Lourdes Arruda, que há quatro anos ocupa a função de coordenadora de área Jr. Antes de conquistar a vaga, ficou um ano desempregada. Hoje, com 70 anos, Maria afirma que não pretende parar de trabalhar tão cedo. "Sou muito ativa, adoro ler e trabalhar, não posso parar. Não quero parar. Gosto de me sentir útil, de liderar e orientar. Aqui tenho isso."
Consultora de Transição de Carreira e Coaching da Thomas Case & Associados, Márcia Vasquez afirma que o trabalho é uma atividade fundamental para o desenvolvimento do ser humano. "Nada mais natural que os profissionais mais experientes estejam relutando em aceitar a aposentadoria inativa. Eles enxergam que esta pode ser a hora de realizar projetos profissionais diferentes, utilizar suas habilidades e competências em novas tarefas ou ter chance de buscar outras atividades de produção, remuneradas ou não."
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Cris
Olivette, publicada na edição de 19 de março de 2017 do jornal O Estado de S. Paulo.
"Disposição e vitalidade fazem aposentado voltar à ativa", diz o título da reportagem. "Professora aposentada desde 1995 (...) Não havia buscado trabalho após a aposentadoria, até surgir essa oportunidade. Me candidatei à vaga para reforçar a renda mensal.", diz o primeiro parágrafo da reportagem.
O que vocês acham que fez a professora voltar
à ativa? A disposição e a vitalidade ou a necessidade de reforçar a renda
mensal? No meu entender, foi o segundo motivo. Afinal, nesta civilização (sic) em
que sobrevivemos, para a imensa maioria da população, acima (mas muito acima
mesmo!) de qualquer outro motivo, o que leva as pessoas a trabalhar é a
necessidade de reforçar a renda mensal.
"Eu me inscrevi para a vaga, porque adoro
o contato com o ser humano. Conversar e ajudar o outro é o que mais amo.",
afirma uma das entrevistadas citadas na reportagem. Será que para fazer as
coisas que ela diz que mais ama seria necessário voltar à ativa ou ela poderia
fazê-lo de alguma forma não remunerada? Será que inscrever-se para uma vaga
para fazer o que mais se ama evidencia a necessidade de reforçar a renda mensal?
O que vocês acham?
"Sou muito ativa, adoro ler e trabalhar,
não posso parar. Não quero parar. Gosto de me sentir útil, de liderar e
orientar. Aqui tenho isso.", afirma outra entrevistada. E sobre esta afirmação
eu repito o questionamento já feito no parágrafo anterior. Será que, no fundo (bem
no fundo!) a atitude da entrevistada é motivada pela necessidade de reforçar a
renda mensal? O que vocês acham?
"Segundo a coach de carreira Madalena Feliciano, é crescente o número de pessoas que buscam permanecer ou se reinserir no mercado de trabalho. 'É um fenômeno recente no Brasil e está diretamente relacionado às melhorias nas condições de saúde da população, que leva ao aumento da expectativa de vida', afirma."
Será que a relação direta do dito fenômeno é
com "as melhorias nas condições de saúde da população" ou será que a
relação direta é com as piorias nas suas condições financeiras? O que vocês
acham?
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