sexta-feira, 16 de julho de 2021

Idosa chora ao falar de preço dos alimentos: 'a gente não sabe mais o que fazer'

Um vídeo de uma senhora aposentada viralizou nas redes sociais. Suzete Maria da Silva concedeu uma entrevista à emissora Globo enquanto passava suas compras no caixa de um supermercado em Maceió na última quarta-feira (14). Nas imagens, a idosa chora ao falar sobre o preço dos alimentos, que a impede de comprar inclusive itens essenciais.
"Está tudo muito caro, a gente não sabe mais o que fazer, vem fazer compra e não sabe o que comprar. A gente não consegue comprar mais carne, pois o dinheiro não dá. Eu sou aposentada e continuo trabalhando", lamentou Suzete.
Internautas se comoveram com o depoimento da aposentada e o vídeo circulou nas redes sociais. Muitos, inclusive, lembraram da fala do ministro da Economia Paulo Guedes em março deste ano. "Entro no supermercado, as pessoas me agradecem", disse o ministro à época.
Aumento do preço dos alimentos
A situação de Suzete é vivida, infelizmente, por muitas famílias brasileiras. O IPCA, que mede a inflação de preços ao consumidor amplo, subiu 8% nos últimos 12 meses. Só no primeiro semestre de 2021, o aumento foi de 3,77%. Entre os itens que mais subiram estão a carne, que teve um aumento de 7,25% nos últimos meses. Muitas famílias substituíram a carne por frango e ovo, mas os produtos também tiveram um aumento de preço de 7%.
O problema é global. Em todo o mundo o preço dos alimentos estão no maior nível em mais de seis anos, puxados por vários fatores, como custos da soja, óleo de palma, demanda da China, cadeias de suprimento vulneráveis e clima adverso.
O Brasil é um dos cinco países com aumento mais expressivo. Em 2020, o arroz subiu 76%, enquanto o leite e a carne bovina subiram mais de 20%.
Em março, o IBGE informou que desde o início da pandemia do novo coronavírus, o preço dos alimentos subiu 15% no país, quase o triplo da taxa oficial de inflação do período, que ficou em 5,20%.
"O problema é global. Em todo o mundo os preços dos alimentos estão no maior nível em mais de seis anos, puxados por vários fatores... (...) O Brasil é um dos cinco países com aumento mais expressivo. (...) Em março, o IBGE informou que desde o início da pandemia do novo coronavírus, o preço dos alimentos subiu 15% no país, quase o triplo da taxa oficial de inflação do período, que ficou em 5,20%.", diz a reportagem.
Coincidentemente, no mesmo mês em que "o IBGE informou que desde o início da pandemia do novo coronavírus, o preço dos alimentos subiu quase o triplo da taxa oficial de inflação do período", durante uma entrevista, o ministro da Economia Paulo Guedes teve o desplante de dizer o seguinte: "Entro no supermercado, as pessoas me agradecem. Às vezes falam: olha, nós rezamos pelo senhor, nós queremos, nós tamos sentindo o que o senhor está fazendo por nós. Isso me recompensa mais que qualquer elogio".
Diante do que é dito no parágrafo anterior, seguem algumas indagações:
Em que supermercado entra esse indivíduo que por ora ocupa o cargo de ministro da Economia?
Que tipos de pessoas teriam algum motivo para agradecê-lo?
Qual o motivo para alguém rezar por ele?
Como adjetivar esse indivíduo?
Quatro meses depois, em entrevista concedida enquanto passava suas compras no caixa de um supermercado em Maceió na última quarta-feira (14), uma senhora aposentada chora ao falar sobre o preço dos alimentos, que a impede de comprar inclusive itens essenciais.

Ontem (15), no endereço https://extra.globo.com/economia/inseguranca-alimentar-atinge-mais-de-metade-da-populacao-brasileira-rv1-1-25110051.html foi publicada uma reportagem com o seguinte título Insegurança alimentar atinge mais de metade da população brasileira. Insegurança aumentada durante a gestão do atual ministro.

Hoje (16), diante do que é dito nos dois parágrafos imediatamente anteriores, seguem as seguintes indagações:
Será que, assim como ocorrido há quatro meses, o ministro da Economia voltará a ter o desplante de dizer que as pessoas lhe agradecem pelo que ele faz por elas?

Será que os atingidos pela insegurança alimentar têm alguma coisa a agradecer ao atual ministro? Será que o supermercado que eles frequentam é o mesmo em que o ministro entra?

Qual seria a reação da aposentada que chorou ao falar sobre o preço dos alimentos que a impede de comprar inclusive itens essenciais caso encontrasse o sinistro, digo, ministro da economia no supermercado?

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