segunda-feira, 26 de novembro de 2018

Anitta fala sobre uso de antidepressivo e busca pelo corpo perfeito

Após comentar sobre o período em que teve depressão em sua série, inclusive enquanto conduzia o projeto internacional "Check Mate", Anitta falou sobre como a cobrança do corpo, as críticas em relação ao seu trabalho e o excesso de trabalho contribuíram para a doença.
"Tive a primeira depressão bem no início da carreira, quando tinha 18 anos. Sempre que eu ficava muito mal, achava que tinha um motivo. 'Ah, é porque o povo tá falando mal, é porque não sei o que deu errado'. E sempre com essa ansiedade. Até que, quando veio o 'Vai, Malandra', que tudo deu muito certo e não tinha nada para reclamar, ainda assim não estava feliz. Foi aí que acendeu a luzinha", contou a cantora em entrevista ao "Bem Estar", exibida nesta sexta-feira (23).
"Era bem difícil de sair de casa, de levantar da cama, sair do quarto. Era uma luta. Não estava conseguindo atender as pessoas no camarim, atender os fãs", revelou a cantora, que tem se tratado com antidepressivo. "Consegui encontrar um remédio que não me dá nenhum efeito e está super funcionando. Tirei um pouco de trabalho, cancelei alguns compromissos, para poder ter um tempo para mim, viajar, descansar. Temos que cuidar sempre. Não é porque você está bem agora, que você tem que esquecer de olhar para você. Eu amo trabalhar, trabalhei muito essa semana, fiquei cansada. E pensei: cara, vou cancelar, porque preciso ter um momentinho para mim".
Anitta ainda comentou sobre outro dilema da fama, a disputa incessante por destaque e seus males. "O estímulo dessa competitividade faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá", explicou.
A busca pelo corpo perfeito também agravou a crise da funkeira. "Um dos motivos de eu ter entrado na deprê total é que eu nunca estava feliz com o meu corpo. A barriga estava chapada, tudo incrível, só que a celulite estava lá e era algo frustrante ficar lutando contra ela. Chegou uma hora que falei, vou mostrar e está tudo bem. Gostou, não gostou. Tenho várias outras coisas que compensam."
Esta é a íntegra de uma notícia publicada pelo Yahoo Notícias (https://br.yahoo.com/vida-estilo/anitta-fala-sobre-uso-de-antidepressivo-e-busca-pelo-corpo-perfeito-164448156.html) em 23 de novembro de 2018.
"A intenção deste blog é estimular as pessoas a opinarem sobre notícias que deveriam mexer conosco: as que podem contribuir para a melhoria da sociedade e as que podem contribuir para a 'pioria'. É preciso propagar as do primeiro tipo e desmascarar as do segundo."
Em conformidade com o que é dito no parágrafo acima (copiado do topo direito do blog), enxergo na notícia reproduzida nesta postagem algo que precisa ser propagado. Afinal, noticiar que alguém já é capaz de perceber que entre as causas dos males que a afligem incluem-se a busca de coisas por ela perseguidas e a submissão a valores (sic) equivocadamente cultuados na sociedade da qual ela faz parte não é algo que se vê todo dia, não é mesmo?
"Um dos motivos de eu ter entrado na deprê total é que eu nunca estava feliz com o meu corpo.", disse Anitta, que ainda comentou sobre outro dilema da fama, a disputa incessante por destaque e seus males. "O estímulo dessa competitividade faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá", explicou.
Ter como ideal supremo a perfeição do corpo, eis uma das coisas que considero capazes de levar alguém a uma depressão e, em casos ainda mais lamentáveis, a uma desencarnação. Ou seja, a perda daquilo a que a pessoa dedicava mais atenção: o corpo. Sinistro, não? Vocês lembram dos inúmeros casos de mulheres que, em busca do corpo perfeito (?), morreram após a execução de procedimentos estéticos realizados por pessoas inaptas para fazê-los? Pois é.
Ter como ideal supremo a perfeição do corpo, eis uma das coisas que considero capazes de levar alguém a uma depressão, pois é algo que vai de encontro à afirmação que considero a mais significativa que vi nesta vida: "Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana", disse o teólogo, filósofo e paleontólogo francês Pierre Teilhard de Chardin (1881 - 1955).  Ou seja, a perfeição a ser buscada é a do espírito, não a do corpo. Compreendido?
Para quem não acreditar no que disse Teilhard de Chardin, sugiro refletir sobre uma mensagem interessantíssima passada pelo filme Cidade dos Anjos.

E Anitta cita um segundo motivo que a levou a "deprê total": "A disputa incessante por destaque e seus males. (...) O estímulo dessa competitividade que faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá, explicou.". E ao referir-se ao "estímulo à competitividade incessante", Anitta me faz lembrar a seguinte passagem do livro Vencendo a competição de autoria do Dr. Terry Orlick.
"Darwin ficou amargurado por suas teorias terem sido distorcidas e terem ajudado a perpetuar o mito da vitória-a-qualquer-custo e a ideia de que os 'perdedores' merecem ser esmagados. Entretanto, apesar do mau uso de suas teorias, Charles Darwin afirmou claramente que, para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está no senso moral e na cooperação - e não na competição."
Ou seja, se "Para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está no senso moral e na cooperação - e não na competição.", ao distorcer essa afirmação de Darwin o que a raça humana faz é optar por viver de forma equivocada. Viver de forma equivocada, eis o que, em última análise, e no meu entender, leva a raça humana à depressão.

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