Após comentar sobre o período em que teve depressão em sua série, inclusive enquanto conduzia o projeto internacional "Check Mate", Anitta falou sobre como a cobrança do corpo, as críticas em relação ao seu trabalho e o excesso de trabalho contribuíram para a doença."Tive a primeira depressão bem no início da carreira, quando tinha 18 anos. Sempre que eu ficava muito mal, achava que tinha um motivo. 'Ah, é porque o povo tá falando mal, é porque não sei o que deu errado'. E sempre com essa ansiedade. Até que, quando veio o 'Vai, Malandra', que tudo deu muito certo e não tinha nada para reclamar, ainda assim não estava feliz. Foi aí que acendeu a luzinha", contou a cantora em entrevista ao "Bem Estar", exibida nesta sexta-feira (23)."Era bem difícil de sair de casa, de levantar da cama, sair do quarto. Era uma luta. Não estava conseguindo atender as pessoas no camarim, atender os fãs", revelou a cantora, que tem se tratado com antidepressivo. "Consegui encontrar um remédio que não me dá nenhum efeito e está super funcionando. Tirei um pouco de trabalho, cancelei alguns compromissos, para poder ter um tempo para mim, viajar, descansar. Temos que cuidar sempre. Não é porque você está bem agora, que você tem que esquecer de olhar para você. Eu amo trabalhar, trabalhei muito essa semana, fiquei cansada. E pensei: cara, vou cancelar, porque preciso ter um momentinho para mim".Anitta ainda comentou sobre outro dilema da fama, a disputa incessante por destaque e seus males. "O estímulo dessa competitividade faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá", explicou.A busca pelo corpo perfeito também agravou a crise da funkeira. "Um dos motivos de eu ter entrado na deprê total é que eu nunca estava feliz com o meu corpo. A barriga estava chapada, tudo incrível, só que a celulite estava lá e era algo frustrante ficar lutando contra ela. Chegou uma hora que falei, vou mostrar e está tudo bem. Gostou, não gostou. Tenho várias outras coisas que compensam."
Esta é a íntegra de uma notícia publicada pelo
Yahoo Notícias (https://br.yahoo.com/vida-estilo/anitta-fala-sobre-uso-de-antidepressivo-e-busca-pelo-corpo-perfeito-164448156.html) em 23 de novembro de 2018.
"A intenção deste blog é estimular as pessoas a opinarem sobre notícias que deveriam mexer conosco: as que podem contribuir para a melhoria da sociedade e as que podem contribuir para a 'pioria'. É preciso propagar as do primeiro tipo e desmascarar as do segundo."
Em conformidade com o que é dito no parágrafo acima (copiado do topo direito do blog), enxergo na notícia reproduzida nesta postagem algo que precisa ser propagado. Afinal, noticiar que alguém já é capaz de perceber que entre as causas dos males que a afligem incluem-se a busca de coisas por ela perseguidas e a submissão a valores (sic) equivocadamente cultuados na sociedade da qual ela faz parte não é algo que se vê todo dia, não é mesmo?
"Um dos motivos de eu ter entrado na deprê total é que eu nunca estava feliz com o meu corpo.", disse Anitta, que ainda comentou sobre outro dilema da fama, a disputa incessante por destaque e seus males. "O estímulo dessa competitividade faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá", explicou.
Ter como ideal supremo a perfeição do corpo, eis uma das coisas que considero capazes de levar alguém a uma depressão e, em casos ainda mais lamentáveis, a uma desencarnação. Ou seja, a perda daquilo a que a pessoa dedicava mais atenção: o corpo. Sinistro, não? Vocês lembram dos inúmeros casos de mulheres que, em busca do corpo perfeito (?), morreram após a execução de procedimentos estéticos realizados por pessoas inaptas para fazê-los? Pois é.
Ter como ideal supremo a perfeição do corpo, eis uma das coisas que considero capazes de levar alguém a uma depressão, pois é algo que vai de encontro à afirmação que considero a mais significativa que vi nesta vida: "Não somos seres humanos vivendo uma experiência espiritual, somos seres espirituais vivendo uma experiência humana", disse o teólogo, filósofo e paleontólogo francês Pierre Teilhard de Chardin (1881 - 1955). Ou seja, a perfeição a ser buscada é a do espírito, não a do corpo. Compreendido?
Para quem não acreditar no que disse Teilhard de Chardin, sugiro refletir sobre uma mensagem interessantíssima passada pelo filme Cidade dos Anjos.
E Anitta cita um segundo motivo que a levou a "deprê total": "A disputa incessante por destaque e seus males. (...) O estímulo dessa competitividade que faz a gente ficar com muita pressão na nossa cabeça e nós mesmos vamos entrando em um círculo vicioso que vai criando esse buraco, e quando vemos já estamos lá, explicou.". E ao referir-se ao "estímulo à competitividade incessante", Anitta me faz lembrar a seguinte passagem do livro Vencendo a competição de autoria do Dr. Terry Orlick.
"Darwin ficou amargurado por suas teorias terem sido distorcidas e terem ajudado a perpetuar o mito da vitória-a-qualquer-custo e a ideia de que os 'perdedores' merecem ser esmagados. Entretanto, apesar do mau uso de suas teorias, Charles Darwin afirmou claramente que, para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está no senso moral e na cooperação - e não na competição."
Ou seja, se "Para a raça humana, o valor mais alto de sobrevivência está no senso moral e na cooperação - e não na competição.", ao distorcer essa afirmação de Darwin o que a raça humana faz é optar por viver de forma equivocada. Viver de forma equivocada, eis o que, em última análise, e no meu entender, leva a raça humana à depressão.
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