“Em busca de valores simples, Ana Paula Arósio troca a fama por filhos e vida no campo
Ana Paula Arósio, 35 anos, mudou de vida. A atriz consagrada, protagonista de novelas globais, cuja presença é atestado de glamour em qualquer acontecimento, agora anda num trote lento e cauteloso, como esse passeio realizado ao por do sol do sábado (29), em seu haras, o Sítio São Carlos, em Santa Rita do Passa Quatro, que fica a 255 quilômetros de São Paulo. Em janeiro, ela rompeu um contrato de 12 anos com a Rede Globo, onde era estrela da casa, e se refugiou em sua propriedade no interior paulista, para viver com o bioarquiteto Henrique Pinheiro, 32, com quem se casou em julho do ano passado. Aos amigos, ela confidenciou que não vê a hora de ser mãe. Vizinhos da propriedade, com quem ela faz questão de manter contato em seus passeios diários, afirmam que o bebê já está a caminho.
(...) Ana Paula trocou as grandes cidades, a agitação de gravações e baladas eletrônicas por uma vida simples no campo, em Santa Rita do Passa quatro.
(...) ‘Ela falou que não quer mais ter contratos longos com emissoras e vai escolher seus trabalhos’, diz um amigo.
Desde criança, Ana Paula dizia que sonhava em casar, ter filhos e morar no campo. Só esperava o homem certo para isso. Enquanto não acontecia, ia se dedicando ao trabalho. ‘Quando tiver um filho, vou parar minha vida e me dedicar àquele ser. Não vou querer ter 15 babás’, disse à Contigo!, em 1999.”
Esta é a manchete da edição de 10 de fevereiro da revista Contigo!
Ana Paula Arósio optou por ganhar menos dinheiro e trocar fama e glamour por valores mais simples. E ao fazer isto, demonstrou uma qualidade rara: a noção de suficiência. É do livro O que aprendi com o homem mais rico do mundo, de Alan H. Cohen, a seguinte opinião sobre o significado de suficiente:
“‘Suficiente’ não é uma quantidade ou condição a ser atingida”, explicou. ‘É uma atitude que você cultiva. A maioria das pessoas sofre um bocado para decidir como investirá o seu dinheiro, mas pensa pouco em como está investindo seus pensamentos, o que é muito mais importante.’”
Falar em homem mais rico do mundo me lembra Eike Batista, pois é o que ele confessa que deseja ser. Este não tem noção do que é suficiente. E talvez por isto Luma de Oliveira o tenha trocado por um bombeiro. Em vez de um homem obcecado por dinheiro, ela preferiu um que lhe apagasse o fogo.
Há também no filme Forrest Gump uma interessante opinião sobre suficiência e dinheiro. Na parte final do longa, o protagonista pronuncia a seguinte frase:
“Mamãe dizia que um homem só precisa de um pouco de dinheiro ... e o restante é só para se mostrar ...”
Arrisco-me a dizer que a frase acima explica o fenômeno Eike Batista.
O dinheiro e a fama – dois destruidores de sonhos – não acabaram com o de Ana Paula Arósio: encontrar o homem certo, ter filhos e morar no campo. Talvez seja este um dos problemas da maioria: encontrar o companheiro(a) certo(a). Problema que é cada vez mais difícil de resolver, pois a mentalidade do descartável é aplicada também ao uso de companheiros(as).
Torço pela felicidade de Ana Paula Arósio, até porque – por dois motivos – sou seu fã: por ser uma talentosa colega de profissão e por algumas declarações, dentre as quais destaco uma publicada no jornal Folha de São Paulo, em 26 de fevereiro de 2008.
“Meu trabalho é uma grande enganação. Sou paga para enganar as pessoas e elas querem ser enganadas”.
Aos que se espantaram por eu tê-la chamado de colega de profissão digo o seguinte: ela é atriz de televisão e de cinema e eu fui ator do teatro corporativo. Em ambos – televisão e teatro corporativo – o trabalho é cada vez mais uma grande enganação. E paga-se mais a quem mais engana.
Propagar notícias que me agradaram é uma das intenções deste blog e esta atende a tal requisito. Agrada-me muito a decisão tomada por Ana Paula Arósio.
2 comentários:
Guedes,
A atitude da nossa colega de profissão Ana Paula Arósio demonstra que ela tem muito diferentes da maioria das pessoas.
Tenho valores bem parecidos com os dela e também estou mudando a minha vida.
Estou trocando o trabalho na Sede da Petrobras e possibilidades de crescimento, por um trabalho mais técnico na área operacional (REDUC), sem possibilidade de crescimento profissonal, para que no futuro bem próximo eu possa voltar para minha cidade natal (Petrópolis)e viver próximo a minha família.
Um grande abraço
Amigo Michelito,
O fato de termos compartilhado alguns trabalhos possibilitou que eu conhecesse aspectos interessantes de sua personalidade. Você é uma pessoa interessada em crescer não apenas como profissional, mas também como ser humano. Portanto, não chega a me surpreender o que você diz em seu comentário. Lamento apenas que o aumento da distância em relação ao seu local de trabalho diminua as chances de nos reencontrarmos em agradáveis almoços. Mas vale para você algo que eu já disse a outros amigos. A felicidade de uma pessoa querida é mais importante do que a distância que dela nos separa.
Um fraterno abraço,
Guedes
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