“Iniciativa no Reino Unido cria movimento mundial por uma sociedade mais feliz
O mundo é cruel, as pessoas são más e nada faz sentido. Difícil não pensar assim diante dos acontecimentos dos últimos dias, como o massacre de crianças em Realengo, a tragédia do terremoto e da tsunami no Japão e a guerra civil na Líbia. Enquanto isso, a busca de felicidade continua a ser encarada, na maioria das vezes, como um trabalho individual. Para ser feliz ‘eu’ preciso de dinheiro, comprar o mais novo gadget tecnológico, ter um celular de última geração, um carro novo na garagem, uma casa bela e confortável, um trabalho gratificante, ser amado e respeitado. Poucas vezes as pessoas notam que sua felicidade também depende da do outro, se seu vizinho é feliz, se seu colega de trabalho está satisfeito, se todos têm a oportunidade de buscar a própria felicidade. Para mudar esse panorama, está sendo lançada no Reino Unido a Action for Happiness (Ação pela felicidade), iniciativa que pretende criar um movimento global por uma sociedade mais feliz.
A ideia da campanha é reunir sugestões e atitudes para que as pessoas realizem mudanças positivas em suas vidas, lares, escolas, trabalhos e comunidades de forma a espalhar a felicidade dentro de um processo que está sendo chamado de inovação social. É lembrar que, mesmo diante das maiores dificuldades, existem pessoas que conseguem ser felizes e ajudam outras, que a solidariedade, a compaixão e o amor ao próximo são instrumentos fundamentais para a construção de uma sociedade melhor.”
Este é o início de uma reportagem de César Baima, publicada na edição de 10 de abril de 2011 do jornal O Globo.
Interessei-me pela reportagem devido ao título sugerir que ela trata de forma global algo que, equivocadamente, é enxergado como individual. E tal equívoco faz com que a felicidade, que é a maior das aspirações humanas, se transforme na maior das decepções, e seja alcançada apenas por poucos.
Até hoje, o ser humano não conseguiu descobrir em que consiste a verdadeira felicidade. A maioria, conforme é dito no primeiro parágrafo da reportagem, a procura no acúmulo de bens materiais e talvez seja exatamente o contrário. Em uma sociedade que prima pela superficialidade, ter mais coisas do que os outros pode até proporcionar a sensação de felicidade, mas no fundo o que existe é uma sensação de vazio interior que, frequentemente, insiste em vir à tona provocando insatisfação.
Mais uma vez recorro a um trecho do primeiro parágrafo da reportagem, com o qual concordo plenamente: Poucas vezes as pessoas notam que sua felicidade também depende da do outro. Portanto, o que as pessoas consideram felicidade não passa de uma pseudofelicidade, pois é construída sobre a infelicidade de outros; sendo assim, ela não se sustenta e, inevitavelmente, chegará o dia em que a felicidade terá que ser vista como algo que ou é de todos ou não é de ninguém. Para os criadores da Action for Happiness (Ação pela felicidade), este dia já chegou. Fui ao Google buscar mais informações sobre a iniciativa e selecionei as seguintes para esta postagem. Atentem para as últimas palavras.
“Iniciada em 2010 pelo presidente da Young Fundation, Geoff Mulgan, por Richard Layard e Anthony Seldon, e abrigada na Young Fundation, a Ação pela felicidade será lançada na primavera de 2011. Ela já tem mais de 3.000 membros inscritos em mais de 50 países diferentes.
Os membros do movimento Ação pela felicidade querem ver uma sociedade que priorize o bem-estar geral das pessoas, não somente o crescimento econômico.
Ação pela felicidade é um movimento de mudança social positiva, que visa reunir pessoas de todas as esferas da vida que querem desempenhar um papel na criação de uma sociedade mais feliz para todos.”
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