"Berlim, 28 mar (EFE) - Uma equipe internacional de astrônomos descobriu que a galáxia onde fica a Terra, a Via Láctea, abriga dezenas de bilhões de planetas rochosos que giram em torno de anãs vermelhas - estrelas cuja massa é menor que a do Sol. O estudo, realizado pelo Observatório Europeu do Sul (ESO, na sigla em inglês) e divulgado nesta quarta-feira, contou com dados obtidos pelo espectrógrafo Harps, o "caçador de planetas" instalado em um telescópio de 3,6 metros do observatório La Silla, no Chile.Segundo a pesquisa, é possível deduzir que nas vizinhanças do Sistema Solar, a distâncias inferiores a 30 anos luz, pode haver uma centena de "Super-Terras" (planetas com massa de uma a dez vezes superior à da Terra). Esta foi a primeira vez que foi medida de forma direta a frequência de Super-Terras em torno de anãs-vermelhas, que representam 80% das estrelas de nossa galáxia."Cerca de 40% de todas as estrelas anãs-vermelhas têm uma Super-Terra orbitando em sua zona de habitabilidade, uma região que permite a existência de água líquida sobre a superfície do planeta", explicou o líder da equipe internacional, Xavier Bonfils. Segundo o astrônomo do Observatório de Ciências do Universo de Grenoble (França), como as anãs vermelhas são muito comuns - há 160 bilhões delas na Via Láctea -, pode-se concluir que "há dezenas de bilhões de planetas deste tipo só em nossa galáxia".Durante as observações, realizadas durante um período de seis anos no hemisfério sul a partir de uma amostra composta por 102 estrelas anãs-vermelhas, os cientistas descobriram um total de nove Super-Terras. Os astrônomos estudaram a presença de diferentes planetas em torno de anãs-vermelhas e conseguiram determinar que a frequência de Super-Terras na zona de habitabilidade é de 41% em uma categoria que vai de 28% a 95%.Por outro lado, os planetas gigantes - similares em massa a Júpiter e Saturno no nosso Sistema Solar - não são tão comuns ao redor de anãs-vermelhas, com uma presença inferior a 12%.Segundo Stéphane Udry, do Observatório de Genebra, "a zona de habitabilidade em torno de uma anã-vermelha, onde a temperatura é apta para a existência de água líquida na superfície, está mais perto da estrela do que no caso da Terra em relação ao Sol". "Mas as anãs-vermelhas são conhecidas por estarem submissas a erupções estelares ou labaredas, o que inundaria o planeta de raios-X ou radiação ultravioleta: isso tornaria mais difícil a existência de vida", acrescentou.Por sua vez, Xavier Delfosse, do Instituto de Planetologia e Astrofísica de Grenoble, indicou que agora que se conhece a existência de muitas Super-Terras próximas, "espera-se que algum desses planetas passe em frente à sua estrela anfitriã durante sua órbita em torno desta". "Isso abrirá a excitante possibilidade de estudar a atmosfera destes planetas e buscar sinais de vida", concluiu.
Um dos planetas descobertos pelo espectrógrafo Harps é Gliese 667 Cc, o mais parecido com nosso planeta, e que com quase certeza reúne as condições adequadas para a presença de água líquida em sua superfície, segundo o ESO. EFE."Esta é a íntegra de uma reportagem publicada em 28 de março de 2012 no Yahoo como destaque.
Estudo indica que Via Láctea tem bilhões de planetas supostamente habitáveis é o título da reportagem. Um título instigante que deve nos levar a pensar se faz sentido acreditar que em um Universo com bilhões de planetas este onde vivemos seja o único habitável.
Em 1862 (há 150 anos), Camille Flammarion (1842-1925), um famoso astrônomo francês, publicou um livro intitulado A Pluralidade dos Mundos Habitados. A publicação provocou a ruptura de Flammarion com os astrônomos e ele começou a escrever livros populares de astronomia que foram traduzidos para diversas línguas. Em 1883, ele fundou o observatório de Juvisy-sur-Orge, dirigindo-o pelo resto de sua vida, incentivando o trabalho de observadores amadores. Em 1887, fundou a Société astronomique de France. Seus trabalhos para a popularização da astronomia fizeram com que fosse agraciado, em 1912, com um prêmio da Legião de Honra. Estas informações foram obtidas na Wikipédia.
Creio que assim como ocorreu com a teoria heliocêntrica de Copérnico, algum dia a teoria da Pluralidade dos Mundos Habitados de Camille Flammarion será reconhecida como verdadeira, pois, no meu entender, não faz o menor sentido existir apenas um planeta habitável em um Universo infinito. A explicação aristotélica dizia que a Terra era o centro do universo e, portanto, o lugar natural de todas as coisas. Com a teoria heliocêntrica de Copérnico a Terra perdeu esse status. E com a teoria da Pluralidade dos Mundos Habitados de Camille Flammarion ela perderá a pretensão de ser o único planeta habitável. Quem viver (neste planeta), e também em outros, verá. E para quem (como eu) acredite que morrer é passar a viver em outra dimensão, até os que não estiverem vivos nesta dimensão, e que tiverem olhos de ver, verão.
A reportagem me faz lembrar algo dito pelo inesquecível Millôr Fernandes. Segundo ele, a busca de vida inteligente fora da Terra deve-se ao fato de já se ter perdido as esperanças de encontrá-la por aqui. Não dá para discordar de Millôr. Será que faz sentido chamar de inteligente uma espécie que pratica ações que contribuem para a sua própria extinção? Portanto, o que resta aos astrônomos é a busca de vida inteligente em outros planetas, pois neste onde sobrevivemos já não há esperança de encontrá-la.
Termino esta postagem fazendo uma interessante paráfrase de seu título: "Estudo indica que Terra tem bilhões de pessoas supostamente inteligentes."
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