sexta-feira, 1 de março de 2013

Edifícios adaptam vagas a carros GG

Prédios redesenham faixas, reorganizam saídas e já usam até trilhos deslizantes
"Como o tamanho das vagas não cresceu na proporção dos veículos, os prédios têm de se adaptar aos carrões da moda. Vale de tudo: chamar arquiteto para estudar nova remarcação das vagas com o objetivo de otimizar o espaço, cavar mais um andar de subsolo e até recorrer a tecnologias mais avançadas - antes só usadas em prédios comerciais -, como elevadores, trilhos e esteiras.
(...) Redesenho. Em muitos casos, são necessárias obras pontuais ou até um novo redesenho das vagas. Em um prédio de luxo na Vila Olímpia, os problemas começam no acesso à garagem. 'Tive de desativar o portão de saída. Os carrões não passavam pelo corredor anterior e ficavam ali emperrados', diz o sindico Nelson Boni, de 58 anos. 'O jeito foi desativá-lo. Agora, todos entram e saem pelo portão de entrada. Só que isso provoca congestionamento na rua. Por isso, vamos alargar o portão', diz o síndico, que tem uma lista de modificações para ser feita na garagem.
No segundo mandato como síndico, Boni sempre teve de lidar com queixas motivadas pelas vagas. 'Garagem sempre é o maior problema até mesmo aqui, onde cada apartamento tem em média quatro vagas', diz Boni.
(...)
Lei limita em 5% o espaço para veículos grandes
'Em geral, quem compra um apartamento se preocupa com o número de vagas e não com o tamanho delas', diz Roberto Piernikarz, da BBZ, administradora de prédios de luxo. 'Tem casos de condôminos que colocam o apartamento à venda quando percebem que o carro não cabe.'
'A questão é que ninguém compra um carro pensando no tamanho da vaga na garagem, mas na realização de um sonho. Trata-se de uma aquisição que tem mais a ver com a emoção do que com a razão', diz a arquiteta Tatiane Alencar, diretora da Studio Taas Garagens, especializada em plantas de estacionamentos residenciais e comerciais. 'Mas, na hora de estacionar, surge a questão prática: os carros estão maiores e o tamanho das vagas segue o Código de Edificação de 1992', afirma."
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Valéria França, publicada na edição de 17 de fevereiro de 2013 do jornal O Estado de S.Paulo.
(...) o tamanho das vagas não cresceu na proporção dos veículos, diz a reportagem. Mas há uma coisa que cresceu na mesma proporção. Que coisa? Uma das duas que Albert Einstein considera infinitas: a estupidez humana. Em um mundo onde os espaços são cada vez menores, a tal da espécie inteligente do Universo (sic) decide que vai ocupá-los com carros cada vez maiores e, consequentemente, provocar engarrafamentos cada vez maiores.
Em um dos casos citados na reportagem, o congestionamento começa na saída da garagem. Saída que, devido ao emperramento no corredor que antecede ao portão, passou a ser realizada pelo portão de entrada. Por isso, vamos alargar o portão, diz o síndico. Por isso, vamos poder comprar um carro ainda maior é o que passará pela cabeça dos condôminos ao deparar com um portão mais largo.
'A questão é que ninguém compra um carro pensando no tamanho da vaga na garagem, mas na realização de um sonho', diz a arquiteta Tatiane Alencar, diretora da Studio Taas Garagens, especializada em plantas de estacionamentos residenciais e comerciais. Sonho realizado na hora de comprar, mas que se transforma em pesadelo na hora de estacionar. 'Tem casos de condôminos que colocam o apartamento à venda quando percebem que o carro não cabe', diz Roberto Piernikarz, da BBZ, administradora de prédios de luxo.
Edifícios adaptam vagas a carros GG, é o título da reportagem. Como adaptar os espaços deste planeta a cérebros PP, é a pergunta desta postagem.

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