sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Geriatra, exerceu a medicina por amor ao próximo

O encanto pela medicina surgiu ao ver o pai – farmacêutico – curar as pessoas. Como trabalhava com ele, Gleizer Siqueira Pimenta, amadureceu o desejo de aprimorar o dom e tornou-se médico geriatra.
"Meu pai foi um médico diferenciado. Ele curava com amor", diz o filho, o dentista Eduardo Pimentel, 37. Foram 40 anos de medicina. Gleizer atendia dentro e fora do hospital. Ia à casa dos idosos e não cobrava consulta daqueles que não podiam pagar. "Se ele se deparasse com algum acidente na estrada, parava para socorrer as vítimas. Às vezes, tirava a camisa para realizar os curativos e levava as pessoas ao hospital no próprio carro", conta o filho.
Para Gleizer, a opção pela medicina significava doar seu tempo aos outros. Também dizia com frequência que o importante é o amor e o que fazemos de bom.
Pimentel foi secretário municipal de Saúde de Barra Mansa, no sul do Rio de Janeiro (1988), onde nasceu. Em 1992, foi eleito vereador. Cumpriu um mandato e desistiu da carreira política por ser contra a reeleição.
No dia a dia, era bondoso, solidário, espirituoso, engraçado e repudiava o preconceito. "Era desapegado de sentimentos fúteis. Ele pregava a igualdade, independentemente de cor, raça e classe social."
Em 1977, foi convidado a dar aulas na Universidade Federal de Alfenas e fixou residência na cidade do sul de Minas Gerais. Atualmente, trabalhava como geriatra na Santa Casa de Alfenas.
O Flamengo e o samba estavam entre as coisas de que mais gostava na vida. Religioso, era devoto de Nossa Senhora e ia à missa diariamente.
Gleizer Siqueira Pimentel (1954 – 2019), morreu após sofrer parada cardíaca, no dia 13 de setembro, aos 65 anos. Deixa esposa, três filhos e três netas.
Esta é a íntegra de uma reportagem de Patrícia Pasquini, publicada na edição de 17 de setembro de 2019 do jornal Folha de S.Paulo.
Neste dia em que é comemorado o Dia do Médico, este blog deixa, momentaneamente, de ser Lendo e opinando e na condição de Lendo e homenageando presta sua homenagem a um autêntico médico. Alguém para quem "a opção pela medicina significava doar seu tempo aos outros", pois entendia que "o importante é o amor e o que fazemos de bom." Alguém que, na condição de um espírito raro nesta dimensão, creio que, agora em outra dimensão nela esteja prosseguindo em sua nobre tarefa de trabalhar em benefício do próximo. Bem, esta é a minha opinião. Ou vocês acham que este maravilhoso exemplo de ser humano simplesmente acabou, de uma vez por todas, no dia 13 de setembro de 2019?

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