quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Fortuna de bilionários brasileiros cresce em US$ 34 bilhões na pandemia

Os 73 bilionários da América Latina e do Caribe aumentaram suas fortunas em 17%, o que equivale a US$ 48,2 bilhões, apenas durante a pandemia – de março a junho deste ano. Isso equivale a um terço do total de recursos previstos em pacotes de estímulos econômicos adotados por todos os países da região. Só no Brasil, 42 bilionários aumentaram suas fortunas em US$ 34 bilhões no mesmo período, passando de US$ 123 bilhões para US$ 157 bilhões.
Os dados são do relatório Quem Paga a Conta? – Taxar a Riqueza para Enfrentar a Crise da Covid na América Latina e Caribe, divulgado nesta segunda-feira (27) pela Oxfam, que revela como esses bilionários ficaram imunes à crise econômica provocada pela pandemia em uma das regiões mais desiguais do mundo. A entidade defende que é premente enfrentar os privilégios e as elites econômicas para o desenvolvimento econômico inclusivo.
"A covid-19 não é igual para todos. Enquanto a maioria da população se arrisca a ser contaminada para não perder emprego ou para comprar o alimento da sua família no dia seguinte, os bilionários não têm com o que se preocupar. Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à, talvez, maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século", disse a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia.
Conforme mostra a organização, desde o início das medidas de distanciamento social para combater a disseminação da covid-19, oito novos bilionários surgiram na região, ou seja, um a cada duas semanas. Enquanto isso, a estimativa é que 40 milhões de pessoas devem perder seus empregos e 52 milhões vão entrar na faixa de pobreza na América Latina e Caribe em 2020.
Para a Oxfam, os dados apresentados no relatório são assustadores. "Ver um pequeno grupo de milionários lucrar como nunca numa das regiões mais desiguais do mundo é um tapa na cara da sociedade, que está lutando com todas suas forças para manter a cabeça fora d’água”, disse. "Está mais do que na hora de a elite contribuir, renunciando a privilégios e pagando mais e melhores impostos".
Segundo a organização, no Brasil, a discussão da reforma tributária não tem levado em conta a necessidade de reestruturar o sistema para que haja a redução das desigualdades e para torná-lo mais progressivo.
Os debates, em andamento no Congresso Nacional, têm tratado da simplificação da tributação sobre o consumo, o que, segundo a Oxfam, não resolve as distorções do sistema no qual quem ganha menos paga proporcionalmente mais imposto do que quem ganha muito. "Ninguém parece ter a intenção de tocar nos privilégios dos mais ricos, que nunca pagaram uma parte justa de impostos. É como se a maioria da população não tivesse o direito a uma vida digna".
Esta é a parte inicial de uma reportagem publicada em 27 de julho de 2020 no endereço https://br.financas.yahoo.com/noticias/fortuna-de-bilionarios-brasileiros-cresce-em-us-34-bilhoes-na-pandemia-122044272.html
Ainda não recuperado da indignação causada pela reportagem intitulada "Jeff Bezos, da Amazon, fica US$ 13 bi mais rico num único dia", seis dias depois deparei com essa intitulada "Fortuna de bilionários brasileiros cresce em US$ 34 bilhões na pandemia".
"'Esses bilionários ficaram imunes à crise econômica provocada pela pandemia em uma das regiões mais desiguais do mundo. ' (...) 'Os bilionários não têm com o que se preocupar. Eles estão em outro mundo, o dos privilégios e das fortunas que seguem crescendo em meio à, talvez, maior crise econômica, social e de saúde do planeta no último século', disse a diretora executiva da Oxfam Brasil, Katia Maia. Conforme mostra a organização, desde o início das medidas de distanciamento social para combater a disseminação da covid-19, oito novos bilionários surgiram na região, ou seja, um a cada duas semanas. Enquanto isso, a estimativa é que 40 milhões de pessoas devem perder seus empregos e 52 milhões vão entrar na faixa de pobreza na América Latina e Caribe em 2020."
"Para a Oxfam, os dados apresentados no relatório são assustadores. (...) 'Está mais do que na hora de a elite contribuir, renunciando a privilégios e pagando mais e melhores impostos', disse a diretora executiva da Oxfam Brasil."
Está mais do que na hora de a imensa maioria que não pertence à elite entender que renunciar a privilégios e pagar mais e melhores impostos são duas coisas que a elite jamais fará, sem que a "não elite" leve-a a fazê-las, digo eu.
Está mais do que na hora de a imensa maioria que não pertence à elite entender algo dito por Joan Chittister, no livro Bem-vindo à sabedoria do mundo. O que disse ela? "O idealismo, o espírito que leva uma pessoa a acreditar que o mundo pode ser melhor, que as coisas podem mudar, que um tempo novo há de vir, é hidropônico. Não cresce naturalmente sem ajuda."
Está mais do que na hora de os que ainda têm esperança entenderem algo lembrado por Rita Von Hunty em Esperança e imaginação política (https://www.youtube.com/watch?v=iqI7ZHVniSg). O que é lembrado por ela? Que, segundo Paulo Freire, esperança é verbo esperançar, não esperar; que esperança não é esperar que algo aconteça, e sim saber se organizar para fazer com que as coisas aconteçam.
Está mais do que na hora de a imensa maioria que não pertence à elite entender que, segundo uma antiga e bela canção de Ivan Lins, - "se esse mundo ainda tem jeito" - "Depende de nós" (https://www.youtube.com/watch?v=beJdDttJsrY).
E já que citei Rita Von Hunty, para encerrar esta postagem deixo aqui a recomendação de um vídeo: Para que serve um bilionário? (https://www.youtube.com/watch?v=f50GsBvU_bY).

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