domingo, 24 de janeiro de 2021

O esquema de guerra montado para garantir a transição pacífica de poder nos EUA

Efetivo militar na capital americana supera contingente do país no Afeganistão e no Iraque; alguns soldados foram afastados por ligação com grupos extremistas
Após a invasão do Capitólio no início do mês, os EUA reforçaram a segurança do "Inauguration Day" (dia da posse) como nunca antes, fazendo do centro de Washington DC uma zona militarizada. Para evitar que as cenas de baderna e violência se repitam, assim como qualquer ato de terrorismo doméstico, a capital federal americana terá hoje mais soldados do que público para dar as boas-vindas a Joe Biden como o 46º Presidente dos EUA. "Abundância de cautela" são as palavras de ordem.
Toda a força policial de DC foi destacada para o evento, incluindo ainda efetivos de cidades vizinhas. Desde o último sábado, as pontes de acesso e muitas ruas dos arredores do National Mall – onde ficam a Casa Branca e o Capitólio – foram bloqueadas, permitindo que apenas moradores e trabalhadores possam circular na região nesse período. Baltimore, Nova York, Nova Jersey, Chicago, Nova Orleans, Houston, Denver e San Francisco enviaram guardas de trânsito para reforçar a fiscalização dos bloqueios e pelo menos 15 estações de metrô foram temporariamente fechadas.
Além do efetivo de polícias, outros 21 mil membros da Guarda Nacional foram enviados à DC – um contingente maior que o total de soldados americanos hoje no Iraque e no Afeganistão, e que pode chegar a 30 mil caso as autoridades julguem necessário. Ainda sob o trauma de 6 de janeiro, cada um desses soldados passaram pelo escrutínio do FBI, que removeu 12 deles do esquema de segurança da posse. Segundo o Pentágono, ao menos dois tinham ligações com grupos de extrema direita.
"Eu vivo em DC há 12 anos e nunca vi esse nível de militarização na nossa cidade. As tropas da Guarda Nacional estão pelo centro com veículos militares pesados, checkpoints… Realmente, parece uma zona de guerra. É perturbador."
Mintaro Oba, escritora e moradora de Washington D.C., ao site CTVNews.ca
A preocupação com manifestações e ataques de extremistas armados não se restringe apenas a DC. O movimento miliciano de extrema direita bogaloo declarou estar preparado para uma nova guerra civil. Por isso, o FBI emitiu alertas nesse sentido para quase todos os estados do país, em especial àqueles em que a vitória de Biden aconteceu de forma bastante acirrada, como Michigan e Pensilvânia. Estados tradicionalmente republicanos, como Texas e Kentucky, já protegem o acesso aos seus prédios legislativos.
Esta é a íntegra de uma reportagem de Gabriel Justo publicada em 20 de janeiro de 2021 no endereço https://exame.com/mundo/o-esquema-de-guerra-montado-para-garantir-a-transicao-pacifica-de-poder-nos-eua/.
"O esquema de guerra montado para garantir a transição pacífica de poder nos EUA".
Nossa! Que título sinistro, hein! Será que faz sentido um país que considera-se exemplo para o mundo precisar montar um esquema de guerra para garantir uma transição pacífica de poder? Será que Estados Unidos é um nome adequado para um país que precisa recorrer a esquemas de guerra para garantir a paz? Guerra para garantir paz, eis uma estúpida prática que faz-me repetir aqui uma famosa afirmação de Albert Einstein: "Existem apenas duas coisas infinitas - o universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao universo."
"'Para evitar (...) qualquer ato de terrorismo doméstico, a capital federal americana terá hoje mais soldados do que público para dar as boas-vindas a Joe Biden como o 46º Presidente dos EUA.', diz Gabriel Justo em sua reportagem. 'Eu vivo em DC há 12 anos e nunca vi esse nível de militarização na nossa cidade. As tropas da Guarda Nacional estão pelo centro com veículos militares pesados, checkpoints… Realmente, parece uma zona de guerra. É perturbador.', diz Mintaro Oba, escritora e moradora de Washington D.C., ao site CTVNews.ca."
Mais soldados do que público para dar as boas-vindas ao novo presidente, para evitar qualquer ato de terrorismo doméstico.". Sim, é realmente perturbador, como afirma a escritora e moradora de Washington D.C..

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