“Enquanto governo tenta esfriar economia restringindo empréstimos, instituições fazem ofensiva para atrair clientes
O governo tem um ‘inimigo’ cada vez mais evidente na guerra que trava para segurar a inflação: a vontade dos grandes bancos de emprestar. As instituições estão se desdobrando para atrair novos clientes, principalmente os que têm menor risco de calote. (...) Nem o cenário de juros maiores e as medidas oficiais que buscam inibir os empréstimos estão resfriando o ímpeto das grandes instituições.
- Os bancos estão garimpando mais as oportunidades, ampliando a base de clientes. Tem banco no qual dois terços dos clientes ainda não tomaram crédito. Isso mostra um potencial enorme – conta um alto executivo de um grande banco, lembrando que os ganhos com crédito são uma das principais fontes que garantem resultados para as instituições.
(...) Os números mostram que o apetite dos bancos não diminuiu, mesmo com todas as ações do governo para segurar os empréstimos. A intenção é que, com menos crédito, o consumo caia e, com ele, a pressão sobre a inflação.”
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Patrícia Duarte, publicada na edição de 17 de maio do jornal O GLOBO.
Exatamente uma semana após publicar uma reportagem na qual diz que metade dos brasileiros já gasta mais do que ganha, o mesmo jornal diz que os bancos estão com sede de crédito. Vejo as duas reportagens como complementares: a segunda focaliza a tentativa dos bancos de “ferrar” a quase totalidade da outra metade dos brasileiros. Evidentemente, há uma pequena parte que jamais será “ferrada”.
Considero bancos e instituições financeiras o que há de pior sobre a face da Terra. O que são essas entidades? Atravessadores de dinheiro. Pegam dinheiro de uns, emprestam a outros e ganham às custas dos dois. Têm lucros exorbitantes e se, por desventura, tiverem prejuízo (não sei como conseguem!) os governos os socorrem.
“Durante a crise mundial ocorrida no final de 2008, muitos foram os “socorros econômicos” – alguns bilhões de dólares – enviados aos bancos e às organizações financeiras globais com a desculpa de evitar uma “quebradeira generalizada do modelo econômico mundial vigente”. Segundo a ONU, durante o curto período que vai do final de 2008 ao início do segundo semestre de 2009 os bancos ganharam muito mais dinheiro do que todas as nações pobres do mundo em 50 anos. (parágrafo copiado de um artigo de Robson Campos Leite, intitulado Por uma economia a serviço da vida, publicado na edição de 31 de janeiro de 2010 do Jornal do Brasil)”
Dá para entender? Foram socorridos com a desculpa de evitar uma “quebradeira generalizada” e logo a seguir, em apenas seis meses, ganharam muito mais dinheiro do que todas as nações pobres do mundo em 50 anos.
Pode haver algo pior do que banqueiros? Que seres são esses? Pedem ajuda a governos alegando que uma “quebradeira generalizada” seria nociva para a sociedade, e quando os governos tentam tomar medidas para conter a inflação, que é algo nocivo para sociedade, esses vampiros com sede de crédito atuam como “inimigos” dos governos (que os ajudam quando alegam dificuldades) e defendem com unhas e dentes (de vampiro) apenas os seus próprios interesses.
Considero perfeita a opinião de Bertolt Brecht (10.02.1898 – 14.08.1956), dramaturgo, poeta e encenador:
“O que é assaltar um banco, comparado com fundar um banco”?
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