quinta-feira, 26 de maio de 2011

Ricos unidos

“O Council on Foreign Relations postou que a cúpula amanhã ‘nas praias de Deauville', na França, mostra que o G8, ‘como um zumbi’, está de volta, ‘it’s baaaack!’. Há dois anos, Obama anunciou o G20 como ‘fórum maior para coordenação global’ e Lula disse que ‘o G8 não tem mais razão para existir’, mas ele está aí. O CFR avalia que serve para dar diretriz estratégica comum ao Ocidente, ‘West’, em suas relações com o resto, ‘Rest’. Por exemplo, quanto à concorrência pela África.

Porém a Alemanha já avisou, via agências, que ‘não é o grupo indicado para tomar uma decisão sobre a direção do FMI’.”

O texto acima foi publicado na edição de ontem, 25 de maio de 2011, do jornal Folha de São Paulo na coluna Toda Mídia, assinada por Nélson de Sá.
“Não duvide que um pequeno grupo inteligente de cidadãos comprometidos possa mudar o mundo. Esta é, aliás, a única forma de consegui-lo”.

A frase acima é da antropóloga norte-americana Margaret Mead (16.12.1901 – 15.11.1978). A simples troca de uma palavra resulta em uma paráfrase que, no meu entender, é difícil contestar.
“Não duvide que um pequeno grupo inteligente de cidadãos comprometidos possa governar o mundo. Esta é, aliás, a única forma de consegui-lo”.

Isto é verdadeiro para grupos comprometidos tanto para o bem quanto para o mal, mas o estágio atual deste planeta evidencia que apenas o lado negro da força aceita como válida (e usa) a frase de Margaret Mead.

Um pequeno grupo (CFR) avalia que serve para dar diretriz estratégica comum ao Ocidente, ‘West’, em suas relações com o resto, ‘Rest’. Por exemplo, quanto à concorrência pela África.

Um pequeno grupo estabelece como repartir o “resto” entre si; como tal “resto” deve se comportar e aconselha que tudo seja aceito “numa boa”, pois, caso contrário, lançará mão da força para impor, por mal, o que não foi aceito, por bem. Afinal, é ele (um pequeno grupo) que sabe o que é bom para o “resto”.

A ideia de avocar a si a capacidade de saber o que é bom para o “resto” é algo a cada dia mais presente nos relacionamentos. Qual de vocês ainda não ouviu, de um pretenso superior (sabe-se lá em que!), algo mais ou menos assim: “Você diz isso porque não consegue perceber a verdadeira situação?"

Será que algum dia o “resto” perceberá a verdadeira situação?
Será que algum dia o “resto” se unirá?
Será?
Será só imaginação?
Será que nada vai acontecer?
Será que é tudo isso em vão?
Será que vamos conseguir vencer?

Vencer a comodidade do nosso papel de espectadores e enfrentar os riscos de atuar em prol de um mundo melhor. Em prol de um pior os ricos unidos voltam a se reunir hoje "nas praias de Deauville”, na França.

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