sexta-feira, 6 de maio de 2011

Emprego cresce na faixa acima dos 50 anos


“A ocupação no topo da pirâmide etária é a que mais aumenta, diz IBGE

Ter mais de 50 anos tornou-se uma boa notícia para quem procura emprego, informa Pedro Soares. É nessa faixa que o número de pessoas ocupadas mais cresce, segundo o IBGE.
De 2003 ao primeiro trimestre de 2011, os empregados com essa idade aumentaram 56,1% nas seis maiores regiões metropolitanas do país. O percentual é quase o triplo do aumento do emprego em geral (19,8%).
O percentual de pessoas ocupadas no primeiro trimestre deste ano com mais de 50 anos corresponde a 21,8% da força de trabalho – em 2003, eram 16,7%. Dos 22,2 milhões de trabalhadores, 4,8 milhões estão no topo da pirâmide etária.
Envelhecimento da população, falta de mão de obra qualificada e salários mais baixos do que a faixa 30-40 anos explicam o fenômeno, segundo analistas.

Aposentada há 15 anos, Vanete Ferraz Parente, 70, trabalha numa lanchonete de fast food, no Rio, e não cogita parar tão cedo.
Vanete Parente, que se aposentou como secretária e hoje trabalha no Bob’s, diz que o ganho extra ajuda.
‘Me sinto muito jovem e disposta. Não gosto de ficar em casa’, diz ela, que orienta clientes em uma loja na Tijuca (zona norte do Rio).
Mariângela Mundim, 52, gerente de Recursos Humanos da Petrobras, completou os 30 anos de contribuição para a Previdência, mas não pensa em encerrar sua carreira de executiva.
Para analistas, a mudança de perfil no mercado de trabalho é explicada pelo envelhecimento da população.
Outro fator é a falta de pessoas qualificadas em algumas áreas, que faz empresas reterem profissionais em idade de aposentadoria.
Especialistas apontam a necessidade de complementar a renda familiar e as mudanças nas regras da Previdência, em especial o desconto no benefício para quem se aposenta mais jovem – o fator previdenciário, que surgiu em 1999.
Como as pessoas ficam economicamente ativas por mais tempo, Thaíz Marzola Zara, economista da Rosenberg & Associados, sugere que é hora de repensar as regras de aposentadoria.
Hoje, a norma fixa 30 anos de contribuição mínima para mulheres e 35 para homens.”

Estes são alguns trechos da manchete da edição de 25 de abril de 2011 do jornal Folha de São Paulo.

Gostaram da notícia? Animadora não? Mas o mais interessante são as explicações!

Para os analistas, a mudança de perfil no mercado de trabalho é explicada pelo envelhecimento da população.
Vanete Parente, 70, parece discordar dessa história de envelhecimento, pois “sente-se muito jovem e disposta e não gosta de ficar em casa”.
Acho estranha essa história de pessoas não gostarem de ficar em casa. A maioria passa décadas pagando o financiamento da casa própria e depois diz que não gosta de ficar em casa.
Vanete Parente prefere trabalhar no Bob’s orientando clientes. E deve trabalhar muito, pois é imensa a quantidade de pessoas desorientadas nos dias de hoje. Qual será a orientação que ela lhes dá? Será que é sair do Bob’s e procurar algo mais saudável para comer? Bem, voltemos ao assunto aposentadoria.

Para os especialistas, a mudança de perfil no mercado de trabalho é consequência da necessidade de complementar a renda familiar e das mudanças nas regras da Previdência, principalmente a punição imposta aos trabalhadores pela ousadia de aumentarem a expectativa de vida. Querem viver mais? Então escolham entre receber uma aposentadoria menor ou trabalhar até morrer.
Necessidade de complementar a renda familiar me parece a melhor explicação para não deixar de trabalhar. E com isto Vanete Parente parece concordar, pois segundo ela o ganho extra ajuda.

E o que dizem os economistas? Alegando que as pessoas ficam economicamente ativas por mais tempo, a economista Thaíz Marzola Zara sugere que é hora de repensar as regras de aposentadoria. Hoje, a norma fixa 30 anos de contribuição mínima para mulheres e 35 para homens.

Juntando a maior facilidade para encontrar emprego após os 50 anos com o aumento do tempo de contribuição para a Previdência, chegará o dia em que as mulheres se aposentarão após os 90 anos e os homens após os 95. Está bom para vocês?
Fica a cada dia mais difícil discordar de uma frase que ouvi várias vezes do Demílson, ex-colega de trabalho e eterno amigo. Feliz será quem morrer mais cedo.

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