segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Descansar a mente auxilia nos negócios

Passatempo ajuda o empresário a manter a saúde física e mental e, acredite, a resolver os problemas do cotidiano
“A rotina atribulada de um empresário exige atenção. Por isso, tão importante quanto cuidar da saúde é manter o equilíbrio mental, afinal, a sobrecarga de trabalho, a competitividade e a pressão por bons resultados são uma espécie de panela de pressão que em algum momento precisa ser desligada sob o risco de explodir.
A metáfora de tom catastrófico é verdadeira, segundo a psiquiatra Alexandrina Meleiros, do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas de São Paulo. ‘Quem é muito atarefado para fazer uma atividade prazerosa terá que encontrar tempo no futuro para cuidar das doenças que poderiam ser evitadas se a pessoa tivesse um hobby para relaxar’, alerta.
‘Quem é muito atarefado terá de achar tempo para cuidar de doenças que poderiam ser evitadas’
Alexandrina Meleiros, psiquiatra do HC de SP
Compensar o estresse diário é uma necessidade, mas a receita para combater os vilões que detonam o bem-estar físico e emocional é simples: lazer. Dedicar de 10 a 15 minutos para entreter o cérebro e praticar um passatempo proporciona uma série de benefícios.
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O cuidado para não ser ‘engolido’ pelo trabalho deve ser regular. Porém, não há uma medida de tempo específica para o passatempo. ‘A freqüência é determinada pela pessoa. Recomendamos, no mínimo, uma vez por semana. Ao criar o hábito de reservar um tempo para si – o chamado egoísmo por uma boa causa -, a mente sinaliza o quanto precisa de pausas’, ensina Alexandrina.
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Para alcançar os efeitos terapêuticos desejados, o hobby deve ser praticado com regularidade. Não é preciso estabelecer um tempo, mas especialistas recomendam dedicar pelo menos 10 minutos à atividade. É importante, ainda, não interrompê-la com afazeres do trabalho.
Toda atividade deve ser feita com prazer, seja física ou intelectual. A literatura é considerada hobby se o tema não estiver ligado ao trabalho. Assim, um romance pode trazer mais benefícios do que a leitura de um livro sobre a área de atuação do empreendedor.
O passatempo pode melhorar o sono do empresário e também a sua respiração. Além disso, há diminuição do estresse e aumento da concentração, segundo especialistas. Assim, a pessoa fica naturalmente mais focada em seus objetivos no trabalho.”
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Roberta Cardoso, publicada na edição de 28 de setembro de 2011 do jornal O Estado de S. Paulo.
A reportagem focaliza os benefícios trazidos a empresários, mas vocês concordam que eles podem ser estendidos a qualquer tipo de pessoa? Afinal, sobrecarga de trabalho, competitividade e pressão por bons resultados não são “privilégios” de empresários. Aliás, uma das grandes “vantagens” dos regimes democráticos é que neles o que há de pior é distribuído democraticamente. Já em relação ao que há de pior a distribuição é bem diferente. Afinal, é preciso premiar os melhores, não é mesmo?
“Dedicar de 10 a 15 minutos para entreter o cérebro e praticar um passatempo proporciona uma série de benefícios.
Para alcançar os efeitos terapêuticos desejados, o hobby deve ser praticado com regularidade. Não é preciso estabelecer um tempo, mas especialistas recomendam dedicar pelo menos 10 minutos à atividade.
A literatura é considerada hobby se o tema não estiver ligado ao trabalho. Assim, um romance pode trazer mais benefícios do que a leitura de um livro sobre a área de atuação do empreendedor.”
Durante a minha vida profissional, procurei sempre manter o hábito de a cada hora usar 10 minutos para descontração. Espairecer um pouco conversando sobre assuntos fora das atividades profissionais ajuda bastante. Quem trabalhou comigo, é leitor deste blog e tem boa memória pode confirmar o que estou dizendo. Foi agindo assim que consegui aposentar-me com um grau de sanidade que considero razoável.

Mens sana in corpore sano (“uma mente sã num corpo são”) é uma famosa citação latina derivada da Sátira X do poeta romano Juvenal. Ela é parte da resposta à questão sobre o que as pessoas deveriam desejar na vida. A intenção original do autor foi lembrar àqueles dentre os cidadãos romanos que faziam orações tolas que tudo que se deveria pedir numa oração era saúde física e espiritual. Com o tempo, a frase passou a ter uma gama de sentidos e a ser entendida como uma afirmação de que apenas um corpo são pode produzir ou sustentar uma mente sã. Mas a interpretação mais correta talvez seja exatamente o contrário: apenas uma mente sã é capaz de manter um corpo são.
Portanto, creio que descansar a mente seja imprescindível para mantê-la em bom estado de funcionamento e dessa forma livrar o corpo de somatizações que podem ser evitadas. Concordo inteiramente com a afirmação feita na reportagem:
“Quem é muito atarefado terá de achar tempo para cuidar de doenças que poderiam ser evitadas”.

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