Conforme prometido na postagem anterior, segue a minha opinião sobre "A ganância dos bancos em toda a sua glória".
O que são bancos? São instituições financeiras que pegam dinheiro de uns, emprestam a outros e ganham dos dois. E sem risco algum, pois diante de uma ameaça de falência recorrem aos governantes para que os socorram, ameaçam as autoridades com o caos decorrente de suas quebras e extorquem bilhões dos contribuintes para salvá-los. Em seu artigo, Cláudio Gradilone diz que "Os questionamentos sobre a ética dos bancos são antigos. Vêm desde os escândalos com 'junk bonds' da década de 80 do século passado." Mas, no meu entender, eles são bem mais antigos. Vejam o que diz Bertolt Brecht (1898-1956), em uma peça intitulada "Ópera dos três vinténs", apresentada em 1928. "O que é assaltar um banco, comparado com fundar um banco?" O próprio Cláudio Gradilone diz também que "a ganância é inerente ao sistema financeiro".
Assim sendo, creio que, do ponto de vista de quem não seja banqueiro e tenha um razoável percentual de inteligência, de lucidez e de moralidade, os bancos nunca estiveram entre as instituições elogiáveis de uma sociedade. Parece-me óbvio que, de seu ponto de vista, os bancários vejam algo diferente. Afinal, é aos bancos que eles vendem sua "força de trabalho" e ao vendê-la a maioria costuma vender também a sua própria consciência.
Portanto, quando alguém que atingiu a posição de executivo responsável por gerir U$ 1 trilhão em dinheiro de clientes, após uma carreira meteórica de 12 anos iniciada como trainee, resolve pedir demissão, creio que o faça por um de dois motivos: já ter conseguido, após uma carreira meteórica, acumular uma quantia astronômica que o possibilite comprar de volta a sua consciência ou a toxicidade do ambiente ter atingido um grau insuportável até para os adeptos do lema "Pagando bem, que mal tem?"
Cláudio Gradilone termina o seu artigo com as seguintes palavras: "Assim, à sinceridade causticante de Greg Smith cabe responder: é por isso que as autoridades têm de ser muito mais rígidas no controle do sistema." E eu termino esta postagem dizendo que o problema é que, em um mundo onde tudo e todos têm seu preço, a rigidez das autoridades no controle do sistema também tem o seu. Preço que costuma caber facilmente na capacidade aquisitiva dos banqueiros.
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