terça-feira, 1 de maio de 2012

Falta de emprego no mundo é 'alarmante', diz OIT

BRASÍLIA - Relatório sobre o emprego no mundo, divulgado neste domingo pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz que é "alarmante" a situação global do trabalho e que não há sinais de recuperação em um futuro próximo. Desde o início da crise econômica, em 2008, faltam 50 milhões de empregos.
O problema é maior nos países desenvolvidos, especialmente os da Europa, onde o desemprego aumentou em 66% das nações. A organização não prevê recuperação do emprego na região antes do final de 2016.
A OIT antevê que uma nova fase, ainda mais "problemática", na crise global de empregos ainda está por vir. Uma das razões é que os países ricos tomaram medidas para buscar austeridade fiscal a qualquer custo e fizeram drásticas reformas trabalhistas. Como consequência, acabaram caindo na chamada "armadilha da austeridade", uma espécie de círculo vicioso no qual um baixo crescimento econômico gera o aumento da volatilidade, contração do crédito, redução de investimentos e perda de empregos.
"A excessiva importância que muitos países da eurozona estão dando à austeridade fiscal está aprofundando a crise de emprego e poderá inclusive conduzir a outra recessão na Europa", diz Raymond Torres, Diretor do Instituto Internacional de Estudos Laborais e principal autor do relatório.
O emprego informal aumentou em 26 das 50 economias avançadas analisadas. Metade dos países desenvolvidos também tiveram aumento do trabalho temporário.
Os jovens são os mais atingidos pela crise trabalhista. Em 80% dos países ricos houve aumento do desemprego juvenil, problema que afetou 66% dos emergentes.
Em metade dos países ricos, mais de 40% dos desempregados estão fora do mercado há mais de um ano. São os chamados desempregados de longo prazo.
Desde 2007, apenas seis países ricos tiveram aumento de postos de trabalho: Alemanha, Israel, Malta, Polônia, Luxemburgo e Áustria."
Esta é a íntegra de uma notícia assinada por Catarina Alencastro (Agência O Globo) publicada em 29 de abril de 2012 no Yahoo como destaque.
Em plena era digital, essa notícia parece ter sido escolhida a dedo para ser publicada as vésperas do Dia do Desempregado, digo, do Trabalhador.
“A Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz que é "alarmante" a situação global do trabalho e que não há sinais de recuperação em um futuro próximo. (...) A OIT antevê que uma nova fase, ainda mais "problemática", na crise global de empregos ainda está por vir.”
Será que dá para discordar de que sobrevivemos em mundo que está de cabeça para baixo? Enquanto o sonho dos países subdesenvolvidos é tornar-se desenvolvido, o pesadelo dos desenvolvidos é gerar empregos para quem neles sobrevive. Que mundo estranho, hein!
“O emprego informal aumentou em 26 das 50 economias avançadas analisadas. Metade dos países desenvolvidos também tiveram aumento do trabalho temporário. (...) Em metade dos países ricos, mais de 40% dos desempregados estão fora do mercado há mais de um ano. São os chamados desempregados de longo prazo.”
Ou seja, hoje, até nas economias avançadas, o que deveria ser permanente é temporário e vice-versa. É, realmente, assustador o mundo em que sobrevivemos!
“A Organização Internacional do Trabalho (OIT), diz que não há sinais de recuperação em um futuro próximo.”
E em um futuro remoto, será que haverá? Em um mundo onde o sonho das empresas é substituir trabalhadores por máquinas será que algum dia o problema do desemprego será solucionado? É difícil de acreditar! Em um mundo onde o único crescimento que interessa é o econômico e o trabalho é considerado apenas um custo de produção que deve ser cada vez mais reduzido para que seja cada vez maior o lucro das grandes empresas é difícil acreditar na recuperação dos empregos, principalmente, de empregos decentes. Em tal mundo o mais provável é que ele acabe transformado em um imenso camelódromo onde prevalecerá a antiga prática do escambo.
Não, eu não sou pessimista. Pessimistas são pessoas que acreditam que não adianta elas fazerem alguma coisa, pois as coisas jamais melhorarão. Tampouco sou otimista, pois estas são pessoas que acreditam que as coisas melhorarão sem que elas precisem fazer qualquer coisa. Pertenço a um terceiro e pequeno grupo: o das pessoas que acreditam que as coisas podem melhorar, mas que para que tal aconteça é imprescindível elas fazerem alguma coisa. Sendo assim, se este grupo não aumentar o que aumentará cada vez mais é a probabilidade de concretização das mais sombrias previsões para esta civilização (sic). Em um mundo onde os jovens são os mais atingidos pela crise trabalhista, quem sobreviver verá! Portanto, no meu entender, não dá para discordar do que diz a OIT: a falta de emprego no mundo é 'alarmante'. E quando um alarme toca não creio que nos fazer de surdos seja a atitude correta!

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