sexta-feira, 17 de agosto de 2012

59% dos jovens dirigem teclando celular

Pesquisa do Ibope em 5 capitais mostra que 8 em cada 10 motoristas reconhecem que hábito é arriscado, mas boa parte não faz nada para mudar
“Se digitar, não dirija. O alerta não vem em embalagens de celular, propagandas de operadoras nem foi abraçado por autoridades. Mas pesquisa feita com 350 jovens de 18 a 24 anos em cinco capitais brasileiras mostra que 59% deles escrevem na direção. São torpedos, posts no Facebook, conversas em chats.
O levantamento - obtido com exclusividade pelo Estado - foi feito pelo Ibope em novembro em São paulo, Rio, Belo Horizonte, Porto Alegre e Recife. Perguntados se acham o hábito arriscado, 80% disseram que sim e um em cada três reconheceu que não faz nada para mudar.
Especialistas se mostraram preocupados com o resultado da pesquisa, encomendada pela seguradora Porto Seguro. 'É como se o indivíduo dirigisse de olhos fechados e, quando precisa reagir (frear ou desviar), não dá tempo', diz o perito em acidentes Sérgio Ejzemberg. Para ele, apesar de o País não ter dados sobre colisões causadas por manuseio do celular, 'certamente elas estão ocorrendo e as pessoas, morrendo'. 'É pior do que dirigir alcoolizado, porque os olhos não estão na pista.'
Segundo o órgão americano de segurança no trânsito, o NHTSA, ao teclar um simples 'ok', o motorista aumenta em 23,6% a chance de sofrer um acidente.
(...) E são justamente as seguradoras que mais têm alertado para a questão. 'Sábado (ontem), iniciamos uma ação educativa na TV paga. Neste mês, faremos na aberta, em rádios e redes sociais. A peça mostra um condutor com os olhos tapados por cinco segundos (tempo de pegar o celular e teclar)', diz a gerente de Marketing da Porto Seguro, Tanyze Maconato.
Em abril, a BB Mapfre já tinha lançado campanha em TV aberta e paga, mídia impressa, redes sociais e cinemas. No filme, um smartphone se aproxima do rosto de uma mulher - até se chocar e se estilhaçar contra ele.
Advertência. 'Acredito que vá chegar o tempo em que as empresas (de telefonia móvel) vão veicular advertências, como as de cigarro e bebida fazem', diz Paulo Rossi, superintendente de marketing da BB Mapfre. A opinião é compartilhada por Ejzemberg e Bottura."
Estes são alguns trechos de uma longa reportagem de Denize Guedes, publicada na edição de 8 de julho de 2012 do jornal O Estado de S.Paulo.
A tecnologia é algo maravilhoso, mas de sua relação com a tal da espécie inteligente do Universo não se pode dizer o mesmo. Que comportamentos estúpidos têm as pessoas em sua relação com a tecnologia! "80% dos que escrevem enquanto dirigem acham tal hábito arriscado e um em cada três reconhece que não faz nada para mudar", aponta a pesquisa. Ou seja, 20% pertencem ao MSN (Movimento dos Sem Noção) e dois em cada três entrevistados talvez tenham mentido. É muita estupidez! A cada dia que passa tornam-se mais significativas as palavras de Albert Einstein: "Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo.".
"É pior do que dirigir alcoolizado, porque os olhos não estão na pista.", diz o perito em acidentes Sérgio Ejzember. Nem os olhos estão na pista, nem o espírito está no corpo, pois na ilusória e insana tentativa de conectar-se a tantos outros durante todo o seu tempo as pessoas acabam desconectando-se de si mesmas. E muitas vezes a desconexão é definitiva, pois segundo Ejzemberg, "apesar de o País não ter dados sobre colisões causadas por manuseio do celular, 'certamente elas estão ocorrendo e as pessoas, morrendo'".

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