quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Smartphone acentua males psiquiátricos, diz pesquisador

Segundo Larry Rosen, narcisismo, depressão e obsessão são os problemas mais comuns em estudos com usuários
"Quando o psicólogo Larry Rosen publicou seu primeiro estudo sobre problemas mentais ligados à tecnologia, em 1984, o vício em videogames Atari era praticamente o único assunto na área. Hoje, com smartphones e redes sociais pedindo atenção permanente das pessoas, a lista de problemas cresceu para uma dezena de sintomas de males psiquiátricos.
Em seu novo livro, 'iDisorder' (iTranstorno, numa tradução livre), Rosen defende a tese de que o Facebook e o iPhone acentuam comportamentos problemáticos que não seriam comuns numa sociedade 'desplugada'. 'Narcisismo, depressão e obsessão são aqueles que parecem ser os mais frequentes', afirmou Rosen em entrevista à Folha.
'Mais gente está se tornando mais narcisista, ou está se apresentando para o mundo como se só se importasse consigo própria. Mais gente está ficando obcecada e compelida a checar constantemente o telefone. E há uma pesquisa que mostra que mais pessoas estão ficando deprimidas quando não têm coisas maravilhosas para mostrar aos outros no Facebook'.
No livro, além de apresentar resultados de estudos com centenas de usuários de internet e dispositivos móveis, Rosen ilustra sua tese relatando casos individuais. São jovens que sofrem crises de ansiedade por estarem sem sinal de internet, estudantes que perdem a capacidade de concentração e até um programador que começou a desenvolver esquizofrenia por viver isolado, interagindo só via web.
Em algumas histórias, é fácil sentir empatia. Quem nunca viu uma mesa de bar onde as pessoas estavam manipulando seus celulares em vez de conversarem entre si?
Coisas como ansiedade e obsessão, porém, sempre existiram. Será que na interação com iPhones e iPads eles se transformaram em novos problemas? 'Não', disse o professor da Universidade do estado da Califórnia. 'Cunhei o termo 'iDisorder' porque quero chamar a atenção para o modo como as pessoas interagem com esses aparelhos. Quero mostrar que eles geram a aparência de que temos um transtorno psiquiátrico, mesmo quando não temos.'
Focos de tensão
Ainda assim, é algo preocupante, afirma Rosen, que divide a autoria do livro com Nancy Cheever e Mark Carrier. Os problemas descritos por eles são fonte de atrito nas relações interpessoais e pioram nossa qualidade de vida, segundo os autores.
(...) Os autores defendem que, cada vez mais, psicólogos não podem ignorar a tecnologia. Não há como cuidar de um adolescente sem entender qual personalidade ele exibe no Facebook, por exemplo. E isso é verdade para muitos adultos."
Estes são alguns trechos da reportagem de Rafael Garcia, publicada na edição de 25 de junho de 2012 do jornal Folha de S.Paulo.
Há vinte e oito anos (em 1984) o vício em videogames Atari era praticamente o único assunto na área. Hoje, com smartphones e redes sociais pedindo atenção permanente das pessoas, a lista de problemas cresceu para uma dezena de sintomas de males psiquiátricos. Evoluímos muito! Sem questionar em quê!
Mais gente está se tornando mais narcisista, ou está se apresentando para o mundo como se só se importasse consigo própria. E denominando tal comportamento como rede social. Para mim, social tem um significado muito diferente.
Mais gente está ficando obcecada e compelida a checar constantemente o telefone. "'Parece uma espécie de dependência', dizia Thoreau, há 150 anos. 'As pessoas que saem mais orgulhosas do correio porque receberam um número maior de cartas são justamente as que têm menos contato consigo mesmas'. (...) Nossa vida interior está ruindo." (trecho de uma postagem intitulada A caminho do correio). Portanto, conforme afirma Larry Rosen, obsessão sempre existiu, o que a tecnologia fez foi acentuá-la.
E há uma pesquisa que mostra que mais pessoas estão ficando deprimidas quando não têm coisas maravilhosas para mostrar aos outros no Facebook. E na ausência de coisas maravilhosas elas abarrotam o Facebook com uma infinidade de banalidades.
Quem nunca viu uma mesa de bar onde as pessoas estavam manipulando seus celulares em vez de conversarem entre si? Conectando-se com quem está distante e ignorando quem está ao seu lado. Achando que ser social é participar de algo denominado redes sociais. "Pai, perdoai-os ... eles não sabem o que fazem", foi o pedido feito, há 1979 anos, por um grande mestre que passou por este planeta. No meu entender, jamais existiu algo com uma data de validade tão longa quanto esse pedido, pois até hoje ele permanece atual.

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