quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Traumas High-Tech

Problemas mentais exacerbados por redes sociais e smartphones, segundo Larry Rosen
Narcisismo
Pessoas com tendência ao egocentrismo encontram nas redes sociais uma ferramenta poderosa para espalhar sua imagem e chamar a atenção de outros para aquilo que escrevem. O comportamento é realimentado pelos botões "curtir" e "retuitar" e algumas vezes entra em círculo vicioso
Obsessão
Muitas pessoas, sobretudo adolescentes, estão tão obcecadas pelo uso de redes sociais que não conseguem deixar de checar novidades com mais de dez minutos de intervalo. Estar sem o celular pode se tornar motivo para enorme ansiedade, levando à sensação de exclusão do meio social
Timidez
Tímidos entram em pânico ao falar em público e detestam abordar os outros para se apresentarem. Redes sociais e mensagens escritas ajudam a "quebrar o gelo", mas quem sofre de timidez continua tendo problemas para falar cara-a-cara, às vezes perdendo o estímulo para interagir no mundo real
Vício
A interação social é um estímulo que dá tanta recompensa ao cérebro que o uso de um aparelho que nos conecta a nossos grupos de amigos permanentemente se torna um vício. Isso gera um paradoxo, quando alguém ignora pessoas fisicamente presentes para interagir com outras via Facebook
Depressão
A troca de ideias com pessoas maníacas por exibir felicidade na internet ou com aquelas que só sabem reclamar da vida pode ser o gatilho das alterações de humor no chamado transtorno bipolar. A depressão clássica também é exacerbada por uma espécie de "interação solitária" com a tecnologia
Desatenção
Smartphones com aplicativos de redes sociais são a ferramenta perfeita para impedir alguém de se concentrar em uma tarefa. Enquanto antes essa ameaça estava restrita ao tempo que passávamos na frente do computador, agora a fonte de distração pode ser permanente
Isolamento
A facilidade para trabalhar em casa e fazer tudo pela internet gerou uma contradição para aqueles com tendência a esquizofrenia. Alguns passam a se isolar cada vez mais da sociedade real em que vivem, e a web fornece munição para paranóias e delírios persecutórios
Estes são mais alguns trechos da reportagem de Rafael Garcia, publicada na edição de 25 de junho de 2012 do jornal Folha de S.Paulo.
Traumas High-Tech! Traumas causados pela alta tecnologia e, talvez, pela baixa autoestima. Daí a necessidade de chamar a atenção de outros para qualquer coisa que se faça ou que se diga, e a sensação de exclusão do meio social se estiver sem o celular e, consequentemente, desconectado das redes sociais. O uso de um aparelho que nos conecta a nossos grupos de amigos permanentemente se torna um vício. "Precisamos de novas formas de atividade que permitam a contemplação e a meditação. O ser humano precisa de uma porção de deserto, a fim de poder reencontrar-se a si mesmo", diz Viktor Frankl. Mas enquanto desejar estar permanentemente conectado a outros o ser humano jamais reencontrará a si mesmo. "De vez em quando você tem de fazer uma pausa e visitar a si mesmo", diz Audrey Giorgi.
"A interação social é um estímulo que dá tanta recompensa ao cérebro que o uso de um aparelho que nos conecta a nossos grupos de amigos permanentemente se torna um vício. Isso gera um paradoxo, quando alguém ignora pessoas fisicamente presentes para interagir com outras via Facebook." Um vício que, de certa forma, assemelha-se ao vício em drogas químicas, pois ambos afastam os usuários do que esteja ao seu redor e os transportam para paraísos: artificiais ou virtuais. E nestes eles estão permanentemente conectados a dezenas, centenas, ... milhares de amigos.
"Ninguém é tão feio como na identidade, tão feliz como no Facebook, tão bonito como no Orkut, tão simpático como no Twitter, tão ausente como no Skype, tão ocupado como no MSN e nem tão bom como no Currículo Vitae", diz uma frase colocada no Facebook. Ou seja, ninguém é tão falso como nas redes sociais.
"Smartphones com aplicativos de redes sociais são a ferramenta perfeita para impedir alguém de se concentrar em uma tarefa. Enquanto antes essa ameaça estava restrita ao tempo que passávamos na frente do computador, agora a fonte de distração pode ser permanente." E, consequentemente, também serão permanentes os males desta insana sociedade em que sobrevivemos. Afinal, uma sociedade imersa em um estado de distração permanente jamais será capaz de livrar-se dos males que a afligem.

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