Nova onda de expansão"-São Paulo - Outros dois grandes projetos de fábricas de veículos em curso são o da Fiat em Goiana, município de Pernambuco, e o da Nissan, em Resende, no Rio, com uma previsão de investimentos de US$ 3,5 bilhões e US$ 1,6 bilhão, respectivamente. Há, ainda, investimentos como os da Peugeot Citroën, que quer dobrar a capacidade de sua unidade em Porto Real, também no Rio, das atuais 150 mil para 300 mil unidades por ano.
Segundo a Anfavea, entidade que representa as montadoras, os investimentos de suas associadas somarão US$ 22 bilhões entre 2011 e 2015, o que significa cerca de 1,2 milhão de carros a mais saindo anualmente das linhas de produção, salto de 40% sobre 2011. Essa nova onda de expansão do setor automotivo suscita, porém, uma questão: o consumo local vai crescer na mesma medida?
Em estudo sobre o mercado mundial de veículos divulgado neste ano, o Morgan Stanley, banco de investimentos americano, reserva um capítulo exclusivo ao Brasil. O banco classifica de "desenfreado" o crescimento da capacidade produtiva do setor automotivo no país, num momento em que a demanda desacelera.
Já a PriceWaterhouseCoopers (PwC), consultoria internacional, projeta um quadro diferente em seu relatório global sobre o setor, o Autofacts. Ele prevê que a produção nacional de automóveis alcançará a marca de cinco milhões em 2017, com a demanda avançando a uma taxa de 8% ao ano no período. Por isso, Marcelo Cioffi, líder do setor automotivo da PwC, diz não ver risco de descolamento entre avanço da capacidade e demanda: - Ainda há muito espaço para crescimento do mercado, que hoje tem um automóvel para cada seis a sete habitantes."
Esta é a íntegra de uma notícia publicada na edição de 5 de
agosto de 2012 do jornal O Globo.
O Morgan Stanley
classifica de “desenfreado” o crescimento da capacidade produtiva do setor
automotivo no país, num momento em que a demanda desacelera. Marcelo Cioffi,
líder do setor automotivo da PriceWaterhouseCoopers (PwC), diz não ver risco de
descolamento entre avanço da capacidade e demanda: - Ainda há muito espaço para
crescimento do mercado, que hoje tem um automóvel para cada seis a sete habitantes.” Ou seja, há
controvérsias em torno da questão que intitula a notícia: “haverá demanda para tamanha produção?”
Questão que, no meu entender, deve ser
precedida pela seguinte. Haverá espaço para a circulação de tamanha produção? Se com um automóvel para cada seis a sete habitantes (situação atual
segundo o líder do setor automotivo da PcW) já não se consegue rodar, devido
aos engarrafamentos, será que faz sentido diminuir a relação entre um automóvel
e a quantidade de habitantes?
Infelizmente, vivemos em um país onde uma distribuidora de
combustíveis já teve uma propaganda que começa assim: se você é apaixonado por carro como todo brasileiro. Junte-se a ela a associação entre desenvolvimento de
um país e quantidade de veículos particulares que nele circulam e a desgraça
estará completa, pois em países que pretendem ser considerados civilizados é
necessário respeitar a seguinte afirmação: País
desenvolvido não é onde o pobre tem carro. É onde o rico usa transporte público. Portanto, creio a questão não
seja se haverá demanda para tamanha produção, e sim se há necessidade de
tamanha produção.
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