terça-feira, 23 de abril de 2013

'Terão que fazer minha estátua', diz Eike

Bilionário se irrita com críticas sobre queda nas ações e diz que, se seus projetos não ficarem em pé, é o país que vai sofrer
"O empresário Eike Batista diz que o governo deveria investir mais em suas empresas, já que, acredita, graças a elas o país terá, em alguns anos, melhores condições de infraestrutura. Cita como exemplos o Porto do Açu, complexo portuário em construção no norte do Rio, e as termelétricas no Nordeste, que o grupo pretende pôr em ação até janeiro.
'Alguém vai ter que fazer uma estátua minha em algum lugar', diz o bilionário, que recebeu a Folha em seu escritório, no centro do Rio, com vista para a baía de Guanabara e o Pão de Açúcar. Ao longo de duas horas, demonstrou irritação com aqueles que só falam na queda do valor das ações do grupo e disse que é alvo de inveja dos que querem sempre uma 'ajudinha' do Estado. 'É igual balaio de caranguejo. Quando um sobe, os outros puxam para baixo.'
O bilionário diz que em uma conversa com Graça Foster, presidente da Petrobras, comprometeu-se a não mais 'roubar' técnicos da estatal.
O grupo EBX, de Eike Batista, contou desde o início de sua fase de expansão acelerada, com o apoio do BNDES tanto pela via de participação no capital das empresas quanto pelo financiamento a projetos.
Desde 2009, o banco estatal emprestou R$ 8,1 bilhões às companhias do grupo e investiu nas empresas - tem participação acionária em cinco delas: MPX (energia), CCX (carvão), MMX (mineração), OGX (petróleo) e SIX (de semicondutores)."
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Cristina Grillo, Lucas Vettorazzo e Pedro Soares, publicada na edição de 21 de outubro de 2012 do jornal Folha de S.Paulo.
Que coisa, hein! Em outubro de 2012 o delirante empresário cujo sonho é tornar-se o homem mais rico do mundo usava a mídia para demonstrar irritação com aqueles que só falam na queda do valor das ações do grupo e dizer que é alvo de inveja dos que querem sempre uma 'ajudinha' do Estado. E menos de meio ano depois o que se vê na mídia são manchetes como Governo sai a campo para salvar Eike Batista. Realmente, não dá para discordar de Joseph Klimber: a vida é uma caixinha de surpresas!
Sim, alguém vai ter que fazer uma estátua dele em algum lugar. Afinal, criar um grupo de empresas, contando desde o início de sua fase de expansão acelerada, com o apoio do BNDES tanto pela via de participação no capital das empresas quanto pelo financiamento e "roubando" técnicos da estatal petrolífera (formá-los é algo que não convém a empresários) não é para qualquer um, pois é preciso ter muita cara de pau, embora, no meu entender, a expressão facial do referido empresário assemelhe-se a de uma estátua de cera. Portanto, embora eu não tenha a mínima ideia de quem esculpirá a estátua (talvez seja esse o X da questão), arrisco-me a dizer que sei quais serão os materiais usados em duas de suas partes: a cara será de pau e os pés serão de barro.
Ou seja, diante do fato de o pretensioso empresário julgar-se a reencarnação do rei Midas (transformava em ouro tudo o que tocava), colocar em um de seus filhos o nome de um deus (Thor), considerar-se merecedor de uma estátua pelo que representa para o reino, digo, para o país, e da situação difícil em que se encontra o seu grupo de empresas, creio que Eike Batista esteja mais para Nabucodonosor do que para Midas. Para ajudá-lo a salvar suas empresas já surgiu a Petrobras. Agora, o que falta a Nabucodonosor, digo, a Eike, é encontrar o Daniel certo. Aquele que seja capaz de explicar-lhe o sonho que o deixou perturbado. A ideia fixa de tornar-se o homem mais rico do mundo é realmente perturbadora e leva o perturbado a considerar-se merecedor de uma estátua. Será que a ajuda dada pela Petrobras incluirá a escultura de tal estátua? Eu espero que não; e vocês?

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