terça-feira, 23 de julho de 2013

Profissionalismo de atriz é posto em jogo

Cabelos de Marina Ruy Barbosa: imaturidade e profissionalismo em jogo
"Um dos assuntos mais comentados da semana na TV foi a mudança repentina nos rumos da personagem Nicole, vivida por Marina Ruy Barbosa, em "Amor à Vida". Segundo as notícias mais recentes, a atriz teria desistido na última hora de cortar os cabelos por conta da novela (compromisso que teria assumido com o autor Walcyr Carrasco). Informações de bastidores atestam que, conforme o momento foi se aproximando, Marina acabou se dando conta que não está preparada para perder as madeixas ruivas. Carrasco teria, inclusive, sido pressionado pela alta cúpula da Globo a deixar a tão alardeada cena de lado.
(...) Marina não seria a primeira a raspar a cabeça por conta de uma personagem. (...) Só que nenhuma das atrizes citadas tinha as madeixas mais cobiçadas entre as telespectadoras da Globo. Dez entre dez mulheres querem os cabelos de Marina, segundo a Central de Atendimento da emissora.
(...) Não se pode crucificar a garota por ter voltado atrás em sua decisão. Sejamos coerentes. Marina é muito nova - acaba de completar 18 anos - e isso pode, sim, ser um sinal de imaturidade (digamos que ela não está pronta para "fazer sacrifícios em nome da arte"). Uma peruca de látex solucionaria o impasse, embora pudesse não conferir o grau de realidade e o marketing esperado pelo autor.
(...) Marina pode se queimar? Perder novos papéis? Talvez. (...) O que ela pode, mais provável, é sofrer represálias de Carrasco, que tem fama de se desentender com atores que não cedem a seus caprichos.
(...) Enfim, que desse imbróglio da cabeleira fique uma lição: o corte do cabelo não pode ser maior que a capacidade de interpretação da garota. Ela está bem na novela, independentemente disso. A cena em que descobriu estar doente foi a prova, com a carga dramática exata."
Estes são alguns trechos de uma notícia publicada no Yahoo (http://br.tv.yahoo.com/blogs/sob-controle/cabelos-marina-ruy-barbosa-imaturidade-e-profissionalismo-em-025311635.html) como manchete em 13 de julho de 2013 e que até ontem esteve em cartaz. A autoria é de Gustavo Baena e foi publicada em seu blog Sob Controle.
Não assisto à novela, mas ao acessar o Yahoo para ver as notícias tive a atenção despertada por essa. Ao ver o subtítulo interessei-me mais ainda. Por quê? Porque falar em imaturidade e profissionalismo em relação a uma atriz que acaba de completar 18 anos é algo que me intriga bastante. Mas em que se baseia a acusação de imaturidade e falta de profissionalismo? Em recentes notícias segundo as quais a atriz teria desistido na última hora de cortar os cabelos por conta da novela (compromisso que teria assumido com o autor Walcyr Carrasco).
Não se pode crucificar a garota por ter voltado atrás em sua decisão. Sejamos coerentes. Marina é muito nova – acaba de completar 18 anos – e isso pode, sim, ser um sinal de imaturidade (digamos que ela não está pronta para "fazer sacrifícios em nome da arte").
Sim, sejamos coerentes. Se um veterano autor pode voltar atrás e mudar o enredo de uma novela, caso os índices de audiência não sejam os esperados, por que uma atriz que acaba de completar 18 anos não pode voltar atrás e mudar de ideia quanto a uma decisão que mexerá com sua cabeça, tanto externa quanto internamente? Fazer sacrifícios em nome da arte! Em nome da arte ou dos índices de audiência? Em nome da arte ou dos caprichos do autor da novela? Autor que, segundo a notícia, tem fama de se desentender com atores que não cedem a seus caprichos.
Marina pode se queimar? Perder novos papéis? Talvez. Afinal, estamos falando de um embate envolvendo uma decisão tomada por uma atriz antes de completar 18 anos e agora revista por ela, os caprichos de um veterano autor e os interesses de uma emissora demasiadamente poderosa cuja principal função parece ser a de fazer a cabeça das pessoas, tanto de telespectadores quanto de contratados por ela. E dos contratados ela começa fazendo-a externamente. Creio que seja essa a forma usada para "conscientizar" o contratado de que quem manda na sua cabeça é a Globo.
Em 17 de março de 2012, publiquei neste blog uma postagem com o seguinte título: Patrícia Poeta diz que ficou chateada por ter de cortar o cabelo para o 'Jornal Nacional'. Patrícia ficou chateada, mas como não era imatura, e era profissional submeteu-se à vontade (ou seria às ordens?) da emissora.
E ao lembrar a postagem "protagonizada" por Patrícia Poeta, lembrei de outra mais antiga publicada em 19 de setembro de 2011 com o título Globo é questionada por ter raspado cabelo de ator-mirim em novela. Ou seja, coincidentemente, em outra novela de Walcyr Carrasco – Morde & Assopra – havia uma cena de raspagem de cabelo. Naquela, a "vítima" foi o ator Henry Fiuka, na época com 8 anos.
Segundo a notícia publicada na edição de 14 de setembro de 2011 do jornal O Dia, Henry não quis cortar seus cachos na hora de gravar e sua mãe precisou interceder, prometendo ao pequeno que lhe daria um novo computador. Interceder,  prometendo a alguém lhe dar alguma coisa para que faça algo que não deseja fazer é o que eu chamo de subornar. Ainda segundo a notícia, a cena, exibida no dia 1º daquele mês, chamou a atenção da Agência de Notícias dos Direitos da Infância (Andi), organização da sociedade civil, que levantou a hipótese da violação dos direitos do ator. A entidade disse que a Globo assinou em 2010 um ‘Termo de Ajustamento de Conduta’, se comprometendo a não submeter crianças e adolescentes a trabalhos que possam ocasionar prejuízos ao seu desenvolvimento.
Ou seja, nessa história de raspar belas e cobiçadas madeixas de atores e atrizes, Walcyr Carrasco é o que se chama de reincidente. No entender de Gustavo Baena, autor da notícia selecionada para esta postagem, uma peruca de látex solucionaria o impasse, embora pudesse não conferir o grau de realidade e o marketing esperado pelo autor. O meu receio é que para conferir o grau de realidade esperado por um autor cujo sobrenome é Carrasco, ele venha a pensar na possibilidade de matar de verdade um ator ou atriz cuja personagem morra em um enredo escrito por ele. Tudo em nome da arte, sem imaturidade e com profissionalismo.
Tenho feito pouquíssimas postagens neste blog, mas hoje parece que me empolguei e escrevi demais! E para terminar, diante de tudo o que foi dito acima, digo que a noticia que provocou esta longa postagem poderia ter um título alternativo. Algo como Caprichos de autor são postos em jogo. O que vocês acham?

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