Conforme prometido na postagem anterior (na qual foi publicado o lendo), segue o opinando referente a Trabalhar
demais é tão perigoso quanto fumar (I).
Após uma postagem
apresentando uma reportagem intitulada Pesquisa:
69% dos trabalhadores não pretendem tirar férias integrais, publicada em 23
de fevereiro de 2014, no jornal O Globo,
este blog apresentou uma reportagem intitulada Trabalhar demais é tão perigoso quanto fumar, publicada na edição
de fevereiro de 2014 da revista Você s/a.
Duas reportagens
publicadas em um mesmo mês, focalizando duas ideias simplesmente opostas. Na
primeira, sobre a qual já opinei, em uma reportagem que não foi assinada, é
dito que cada vez mais os profissionais abrem mão de suas férias e dispõem-se a
trabalhar mais. Na segunda, sobre a
qual opino agora, em uma reportagem de Elisa Tozzi, contendo uma entrevista com o
neurocientista Andrew Smart, este defende a ideia de que se deve trabalhar
menos.
"Concordo com alguns pensadores, como Keynes (John Maynard Keynes, economista britânico), que dizem que deveríamos reduzir a jornada de trabalho para 4 horas."
E dizendo isso ele me fez descobrir algo
interessante. Há muitos anos comento que deveríamos trabalhar apenas durante
meio expediente ou no máximo por 6 horas por dia, mas só agora soube que tenho a
mesma opinião que o famoso economista britânico. E Andrew Smart prossegue
dizendo o seguinte:
"Mesmo trabalhando mais de 8 horas, só há, em média, 4 horas reais de produtividade. Isso é plausível, tendo em vista o modo como o cérebro funciona: existem ciclos naturais de atenção e desatenção."
E raciocinando a partir das duas declarações
de Andrew Smart e do fato de Keynes e eu termos opiniões semelhantes, chego à
seguinte conclusão: observar atentamente o que acontece ao nosso redor
possibilita-nos chegar a algumas descobertas e conclusões semelhantes as que
lemos em alguns livros de pessoas que se tornaram famosas.
Perceber que embora trabalhando mais de 8
horas, só há, em média, 4 horas reais de produtividade, não é algo
difícil para profissionais atentos ao que acontece ao seu redor. Perceber que
cansadas (devido a trabalharem durante uma grande quantidade de horas seguidas)
as pessoas tendem a cometer erros que resultam naquela praga chamada
retrabalho, é mais uma coisa que não é difícil para profissionais atentos ao
que acontece à sua volta. Juntar essas duas percepções e concluir que trabalhar
menos, e melhor, implica em maior produtividade é algo que também não difícil
para o tipo de profissional citado neste parágrafo.
Considero perfeita a explicação de que o ócio
é renegado para impedir que as pessoas questionem, pois pessoas permanentemente
ocupadas com as tarefas que lhe são atribuídas ficam sem qualquer tempo disponível para
qualquer outra coisa que não seja ocupar-se com as tarefas. Sobre a impressão
de que as pessoas não querem ser ociosas porque têm medo de conhecer a si
mesmas, concordo plenamente.
A entrevista é encerrada com a pergunta se "é
possível transformar a sociedade da pressa na sociedade do ócio". Pergunta que é
respondida pelo neurocientista dizendo que "é um longo caminho, mas que a ciência
vai ajudar a lutar contra a cultura da pressa". E aí, eu lembro o que é dito no
subtítulo da reportagem: "Um
neurocientista comprova, com base numa pesquisa, o que a filosofia já sabia: o
ócio estimula o cérebro a ser mais criativo e inovador."
Será que não está aí
uma das causas da lenta evolução comportamental da humanidade? Ao dar crédito
apenas ao que é comprovado pela ciência a humanidade demora a colocar em prática
coisas que a filosofia já sabia bem antes da ciência.
Nenhum comentário:
Postar um comentário