segunda-feira, 26 de maio de 2014

Apple anuncia sistema operacional para carros

Plataforma CarPlay integra iPhone ao painel do veículo e permite ao motorista acessar todas as funções do smartphone por comando de voz
A Apple anunciou ontem o lançamento do CarPlay, sistema operacional para carros que integra o iPhone ao veículo permitindo o acesso a todas as funções do smartphone. A plataforma terá sua estreia oficial no Salão do Automóvel de Genebra, na Suíça, que será realizado entre os dias 6 e 16 de março.
O CarPlay integra as funcionalidades do iPhone ao painel de motorista e aos alto-falantes e pode ser controlado por voz ou toque, tanto na tela do sistema de bordo quanto por botões do próprio carro. A Siri, sistema de voz da Apple, por exemplo, pode ser acionada com um toque em um botão do volante.
Por meio da plataforma, o usuário consegue acessar no painel do carro os contatos do iPhone, fazer ligações, ouvir o correio de voz, usar mapas e escutar músicas, inclusive por aplicativos de terceiros, como o streaming de música Spotify. É possível também solicitar que a Siri leia mensagens de textos e ditar a resposta a ser enviada.
"Usuários de iPhones querem ter o conteúdo do celular acessível na ponta dos dedos. O CarPlay deixa os motoristas usarem seus iPhones no carro com o mínimo de distração", disse o vice-presidente de marketing de produtos do iOS e iPhone, Greg Joswiak, em nota.
O CarPlay chegará ao mercado ainda este ano em veículos da Ferrari, Mercedes Benz e Volvo. Posteriormente, será incorporado também por outras montadoras como BMW, Ford, General Motors, Honda, Hyundai, Citroën e Toyota.
O sistema estará disponível como uma atualização para o iOS7 nos modelos iPhone 5, 5S e 5C. O preço e datas de lançamento não foram divulgados.
Android. A Apple anunciou o desenvolvimento do CarPlay, inicialmente batizado de "iOS in the car", no ano passado. Em janeiro deste ano, na Consumer Electronics Show (CES), maior evento de tecnologia do mundo, realizado em Las Vegas, foi a vez do Google anunciar parceria com as montadoras Audi, General Motors, Honda e Hyundai, e com a fabricante de chips Nvidia, para criar a Aliança Automotiva Aberta, que pretende levar o sistema Android para os carros até o fim deste ano.
Os investimentos em sistemas operacionais para veículos foram intensificados nos últimos meses diante da perspectiva de que em 2016 a conectividade será um fator crítico na decisão da compra de um carro. Segundo pesquisa da empresa GSMA, em cinco anos existirão 60 milhões de carros conectados em todo o mundo.
Esta é a íntegra de uma reportagem de Ligia Aguilhar, publicada na edição de 4 de março de 2014 do jornal O Estado de S. Paulo.
Como classificar a notícia que originou esta reportagem? Boa ou ruim? Depende de quem a classifique.
Para os fascinados pela estupenda evolução tecnológica a notícia é quase orgástica. Para os que concordam com Alexis Carrel quando diz que "A civilização não tem como finalidade o progresso das máquinas; mas, sim o do homem" a notícia é desanimadora, pois quanto maior é o fascínio pelo progresso das máquinas, menor é o interesse pelo do homem.
Para os que, equivocadamente, acreditam em soluções (sic) particulares para resolver problemas coletivos a notícia é animadora. Para os que enxergam que problemas coletivos requerem soluções coletivas, a notícia é desalentadora, pois quanto maior a crença em soluções particulares, menor a busca de soluções coletivas.
Para os que ficam satisfeitos com algo que lhes possibilite conviver com os problemas em vez de disporem-se a buscar soluções a notícia é tranquilizadora. Para os entendem que problemas precisam ser solucionados a notícia é desesperadora. Afinal, enquanto os motoristas forem mantidos distraídos dentro de seus carros eles jamais dispor-se-ão a deixar seus carros em casa e a usar algum transporte coletivo que não lhes ofereça os mesmos brinquedinhos. E considerando que engarrafamentos resultam do excesso de carros nas ruas, enquanto tal quantidade de carros não diminuir os engarrafamentos jamais terminarão.
Falar em manter motoristas distraídos me faz lembrar o seguinte trecho da reportagem. "Usuários de iPhones querem ter o conteúdo do celular acessível na ponta dos dedos. O CarPlay deixa os motoristas usarem seus iPhones no carro com o mínimo de distração", disse o vice-presidente de marketing de produtos do iOS e iPhone, Greg Joswiak, em nota. O que será esse "mínimo de distração" citado pelo vice-presidente de marketing? Como medir isso?
E falar em distração me faz lembrar que vivemos tempos realmente muito estranhos! Tempos em que fascinada pelas máquinas a tal da espécie inteligente do Universo dá-se por satisfeita desde que seja mantida distraída. O problema é que distraída ela jamais conseguirá conhecer a si própria.
O Homem, Esse Desconhecido, é esse o título de um livro publicado em 1953 que foi traduzido e reeditado transformando-se num grande êxito mundial até a década de 1950. Livro escrito por Alexis Carrel (1873-1944), cirurgião, fisiologista, biólogo e sociólogo, que, em 1912 recebeu o Prêmio Nobel de Medicina e Fisiologia. Homem que permanecerá desconhecido enquanto interessar-se mais pelas máquinas do que por ele mesmo. Homem que desconhece que "A civilização não tem como finalidade o progresso das máquinas; mas, sim o do homem" (Alexis Carrel). E que por tal desconhecimento empolga-se tanto quando a Apple anuncia sistema operacional para carros.
Em tempo: em 10 de janeiro de 2012 foi publicada neste blog uma postagem intitulada Soluções para os engarrafamentos estão à mão: iPhones, iPods, MP4...

Nenhum comentário: