sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Nem tão verde...

Confira dicas para não cair no greenwashing, prática que usa selos ecológicos falsos para enganar o consumidor
Já notou propagandas que informam que um produto não traz danos ao meio ambiente? Atenção: pode ser que ele não seja tão "verde" assim. Existe uma prática, conhecida como greenwashing, que consiste em divulgar o produto como ecológico quando, na verdade, é uma propaganda enganosa - na tradução literal, o termo significa "lavagem verde".
O uso dessa artimanha vem crescendo no Brasil. Segundo uma pesquisa da empresa Market Analysis, o número de embalagens no país com esse tipo de apelo foi de 408, em 2010, para 2.358 em 2014. Oito a cada dez itens comercializados por aqui têm alguma informação enganosa.
Uma das práticas comuns para enganar o cliente é o uso de selos supostamente ligados a uma instituição que declara que o produto é ecológico. Outra ação que as empresas fazem é divulgar relatórios inverídicos em seus sites. Mas um evento, por exemplo, pode enganar o consumidor também - como uma festa que se diz "verde" e oferece copos plásticos.
Para se prevenir, Paula Goerg, uma das coordenadoras da pesquisa - que englobou seis categorias diferentes, como itens de higiene e brinquedos -, dá algumas dicas. "Não se deixe levar pelo uso do verde e do desenho do planeta feliz na embalagem", diz. "Títulos com 'Eco' também podem enganar", afirma. "A pergunta que devemos fazer é 'este produto está dizendo que é sustentável, mas como identificar essa questão?'. Se os dados da embalagem não ajudarem na resposta, a possibilidade de greenwashing é grande."
Os consumidores podem também se assegurar sobre a veracidade do anúncio no site www.ecolabelindex.com, que traz selos ecológicos legítimos utilizados no mundo todo - só no Brasil, são 41. "Ajuda muito, também, ficar atento às ações de responsabilidade social e ambiental de marcas", completa Paula.
Saudável para tudo?
Greenwashing aparece também no setor de alimentos
Naturais, orgânicos, saudáveis... O greenwashing aparece também nas embalagens de produtos alimentícios. "Os selos podem ser de vários tipos, e é aí que reside toda a confusão", diz Carlos Thadeu Oliveira, gerente do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec). Sobre produtos orgânicos, há um selo oficial, que pode ou não aparecer na embalagem.
"Como em outros casos de greenwashing, a melhor maneira de o consumidor verificar a veracidade de um selo em um alimento é se informar sobre ele. Nunca decida seus hábitos de compra apenas a partir da informação no selo", afirma Oliveira.
Esta é a íntegra de uma reportagem de Juliana Corrêa publicada na edição de setembro da Revista GOL.
Que a vida é uma caixinha de surpresas é algo que pode-se aprender ao ouvir a história de Joseph Klimber. Que ela é também uma caixinha de coincidências é algo que descobre-se a partir do momento em que aprende-se a prestar atenção ao que ocorre ao nosso redor. Foi por ser um praticante desse tipo de atenção que, quatro dias após publicar uma postagem contendo uma reportagem mostrando mais um problema da Volkswagen com o meio ambiente, durante uma viagem para Gramado, encontrei da Revista GOL mais uma reportagem focalizando a deplorável prática de propaganda enganosa.
"Oito a cada dez itens comercializados por aqui têm alguma informação enganosa.", diz a reportagem. Ô raça mentirosa! "Uso de selos supostamente ligados a uma instituição que declara que o produto é ecológico, divulgação de relatórios inverídicos nos sites das empresas e títulos como 'Eco', estão entre as práticas comuns para enganar o cliente.", é outra afirmação feita na reportagem. Ou seja, nessa história de proteger o "verde" a coisa está preta.
"A pergunta que devemos fazer é 'este produto está dizendo que é sustentável, mas como identificar essa questão?'", diz Paula Goerg, uma das coordenadoras de uma pesquisa que englobou seis categorias diferentes como itens de higiene e brinquedos. Ou, de forma mais geral, como identificar o que é verdade em uma civilização baseada na mentira e no desejo de enganar?
É realmente impressionante o gosto desta civilização pelo desejo de enganar. A reportagem que provocou esta postagem está na página 50 da revista e passando-se mais três folhas encontra-se a seguinte propaganda:
uh lá lá!
Pra toda mulher se sentir 100% brasileira
- É a nova calcinha com enchimento da Recco.
#supersexy   #superconfortável   #supernatural
bumbumextra.com.br
E dentro da ideia de descobrir como identificar as questões trazidas pelo que é dito em propagandas (como diz Paula Goerg), seguem os seguintes questionamentos:
- O que é supernatural? A nova calcinha com enchimento ou o desejo de enganar?
- O que faz toda mulher se sentir 100% brasileira? Ter um bumbum com um tamanho "certificado", um bumbum enganoso ou ser uma mulher que engana?
E voltando a questão do "verde" para encerrar a postagem, fica aqui a seguinte questão: Em toda essa história de ecológico, de verde e de sustentabilidade, como identificar o que seja verdadeiramente sustentável?

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