O aumento no número de acidentes de trânsito com motos vem sendo observado há vários anos. Há dois anos, em 2013, com base em internações hospitalares dos condutores em São Paulo, o total de acidentes foi de 5.597, cerca de 15 por dia, como relatam Carlos Gorios e colaboradores, da Universidade de Santo Amaro (SP), na revista "Acta Ortopédica Brasileira". Desse total, 89,8% dos acidentes eram do sexo masculino e tinham menos de 30 anos de idade. Muitos tiveram fraturas na perna, fêmur e lesão intracraniana.
O tempo de internação hospitalar, para 76,9%, foi até sete dias; para 7,1%, 15 ou mais dias. O custo do tratamento aos acidentados para o SUS foi de R$ 8.208.680,21. Nessa quantia não estão computados o custo do atendimento de emergência e a fisioterapia necessária para a reabilitação motora pós-operatória do paciente.
Os autores destacam também a ocorrência de sequelas temporárias ou permanentes, causando incapacidade e afastamento do trabalho. Explicam, também, que o deslocamento fácil e rápido das motos como um veículo de trabalho atualmente vem contribuindo para a manutenção das altas taxas de acidentes de trânsito.
Como os acidentados residiam em São Paulo e o atendimento médico foi realizado na capital, sugerem para a prefeitura o estabelecimento de ações preventivas e educativas para a população e especificamente para os condutores de motos.
"O aumento no número de acidentes de
trânsito com motos vem sendo observado há vários anos.", diz a primeira
frase da noticia, mas uma coisa que ela não diz é se tal número tem crescido ou
decrescido ao longo desses anos. Vocês acham que cresceu ou que decresceu? Será
que em uma civilização (sic) insana como essa em que sobrevivemos alguma coisa
ruim decresce? Não.
E para defender essa curta e direta resposta
recorro a uma reportagem de Marcelle Ribeiro, publicada na edição de 21 de
julho de 2013 do jornal O Globo e espalhada
por este blog em 12 de setembro de 2013. Reportagem intitulada Mortes de motociclistas crescem 367% em dez anos e cujo subtítulo é Total de condutores que morreram em acidentes
foi de 3.130 para 11.485, de 2001
a 2011, diz Ministério da Saúde.
Uma civilização insana na qual toda e qualquer
coisa nela inventada é usada de forma deturpada fazendo com que algo que pode
ser usado para o bem acabe tornando-se um gerador de vários males. Criadas (creio
eu) com a finalidade de servir de meio de transporte, as motocicletas
tornaram-se verdadeiras armas com as quais as pessoas saem por aí morrendo e / ou
matando, de forma tremendamente estúpida.
"O deslocamento fácil e rápido das motos
como um veículo de trabalho atualmente vem contribuindo para a manutenção das
altas taxas de acidentes de trânsito", explicam Carlos Gorios e
colaboradores, da Universidade de Santo Amaro (SP), na revista "Acta
Ortopédica Brasileira, diz o terceiro parágrafo da notícia selecionada para
esta postagem.
"Deslocamento fácil e rápido" nem
sempre para o local pretendido, pois muitas vezes (e cada dia é maior o número
de vezes) o resultado de tal facilidade e rapidez é a rápida chegada do
motociclista a outra dimensão da vida ou a um leito de hospital. Uma chegada
antecipada a outra dimensão da vida ou a permanência nesta com graves sequelas
para o restante do tempo que por aqui ainda permanecer.
"Como os acidentados residiam em São Paulo e o atendimento médico foi realizado na capital, Carlos Gorios e colaboradores, da Universidade de Santo Amaro (SP) sugerem para a prefeitura o estabelecimento de ações preventivas e educativas para a população e especificamente para os condutores de motos".
Ações preventivas e educativas específicas
para os condutores de motos dentre as quais a primeira talvez seja a de lhes retirar
o privilégio da prioridade ao passarem por postos de pedágio e cancelas de estacionamentos.
Privilégio que, no meu entender, é por eles estendido para todo e qualquer
espaço por onde passem, inclusive por calçadas que, teoricamente, seriam
espaços para pedestres. E na presunção de donos do pedaço eles tocam a buzina (de som extremamente irritante) e vão passando. Passando entre carros,
muitas vezes arranhando-os, quebrando retrovisores, xingando motoristas que consideram
ocupadores de um espaço que lhes pertence, não respeitando sinais (ou
semáforos), aliás, não respeitando o que quer que seja, pois, seu entender, nada
pode nem deve detê-los. Recentemente, quase fui atropelado por um deles que, ao passar
pela calçada para avançar um sinal, só não atingiu a mim e outra pessoa porque
ambos estávamos bastante atentos ao que ocorria ao nosso redor.
Parece-me óbvio que o que foi dito no parágrafo
acima não se aplica a totalidade dos motociclistas, mas, infelizmente, a
parcela a qual não se aplica é extremamente reduzida. Neste mundo equivocado no
qual sobrevivemos o contingente dos que agem corretamente é sempre formado por
uma minoria.
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