segunda-feira, 18 de julho de 2016

Psicólogos já tratam 'viciados' em WhatsApp

Jovens com idade entre 18 e 30 anos estão entre os mais afetados por dependência
Já faz tempo que o WhatsApp é mais do que apenas um ícone verde perdido em meio aos apps na tela do smartphone. Com mais de 100 milhões de usuários no Brasil, o serviço se tornou indispensável para quem quer se manter em contato com a família, amigos e até mesmo fazer negócios. Quando o aplicativo foi bloqueado pela segunda vez no País, no início deste mês, muita gente entrou em pânico por não poder enviar e receber mensagens. Para algumas pessoas, porém, a aparente irritação escondia um problema ainda maior: o vício no WhatsApp.
"As pessoas não estão conscientes de que estão se tornando viciadas no WhatsApp", afirma a psicóloga do programa de dependências tecnológicas do Hospital das Clínicas, Dora Goés. "O serviço é algo muito novo na vida delas e na sociedade, então é difícil ter noção disso tão rapidamente".
(...) O perfil das pessoas dependentes do app de conversas, segundo os psicólogos, é de jovens de 18 a 30 anos. Eles estão em época de estudos ou no ápice de suas carreiras profissionais e o vício no aplicativo pode comprometer seu desempenho. "As pessoas substituem e perdem coisas da rotina para ficar usando o app", afirma a psicóloga do Núcleo de Pesquisas da Psicologia em Informática (NPPI) da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), Ana Luiza Mano. "Eles deixam de dormir, faltam na escola e no trabalho.".
Vazio. O WhatsApp é o mais novo serviço a entrar para o rol dos que podem gerar dependência. O vício em games é um dos mais estudados e antigos e faz com que os usuários joguem sem parar, deixando de lado atividades sociais. Há casos de pessoas que morreram por não conseguir sair da frente da TV. O vício nas redes sociais Instagram e Facebook também tem sido amplamente estudado.
"O Facebook te pega no enredo do voyeurismo e da exibição porque cada um mostra a imagem de si projetada na rede que não necessariamente corresponde ao sentimento verdadeiro dela", afirma a fundadora da agência de pesquisa em tendências Über Trends, Suzana Cohen. "O Instagram é ainda mais egocêntrico.".
Os estudos têm revelado que, por trás do vicio em tecnologia estão fobias e transtornos psicológicos. É o caso do "fomo" (medo de estar perdendo algo, em inglês) e da nomofobia (junção da expressão "no mobile" e fobia, ou seja, medo de ficar sem celular). A dependência da tecnologia quase sempre também está ligada a outros distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e compulsão. "Esses problemas acabam gerando um 'vazio' e as pessoas tentam preencher esse 'buraco' de maneira exagerada", diz Ana Luiza.
(...) Tratamento. Como muita gente ainda não está ciente de que usa de maneira exagerada o WhatsApp, o número de pessoas que procuram tratamento ainda é mínimo, de acordo com os especialistas. Entre os principais sintomas do vício no app está a necessidade de checar continuamente as notificações e de responder imediatamente as mensagens.
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Matheus Mans e Thiago Sawada publicada na edição de 16 de maio de 2016 do jornal O Estado de S. Paulo.
"As pessoas não estão conscientes de que estão se tornando viciadas no WhatsApp", afirma a psicóloga do programa de dependências tecnológicas do Hospital das Clínicas, Dora Goés.
Viciadas no WhatsApp... viciadas nas redes sociais... viciadas nos smartphones. Enfim, viciadas em tecnologia.
"Os estudos têm revelado que, por trás do vicio em tecnologia estão fobias e transtornos psicológicos. O medo de estar perdendo algo e o medo de ficar sem celular são duas das fobias. A dependência da tecnologia quase sempre também está ligada a outros distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e compulsão. 'Esses problemas acabam gerando um 'vazio' e as pessoas tentam preencher esse 'buraco' de maneira exagerada', diz a psicóloga Ana Luiza."
Vendidas como capazes de solucionar todo e qualquer problema que possa impedir-nos de sermos felizes, o fato de não virem acompanhadas de instruções que nos impeçam de usá-las de forma maléfica, faz com que as coisas inteligentes desenvolvidas pela tecnologia tornem-se incapazes de resolver o problema primordial nesta insana civilização (sic) na qual sobrevivemos: a sede de sentido.
Sede de sentido capaz de levar a "distúrbios psicológicos como depressão, ansiedade e compulsão". Distúrbios que "acabam gerando um 'vazio' que as pessoas tentam preencher de forma" equivocada, pois um vazio existencial jamais poderá ser preenchido com tecnologia.
É realmente muito estranha a tal da espécie inteligente do universo! Viciada nas mais variadas coisas inteligentes proporcionadas pela tecnologia, ela, finalmente, consegue tornar realidade o temor de Albert Einstein: "Temo o dia em que a tecnologia se sobreponha à humanidade. Então o mundo terá uma geração de idiotas".

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