terça-feira, 4 de outubro de 2016

Paulistano passa até 45 dias por ano parado no trânsito

Situação piorou neste ano, quando o tempo médio diário usado para deslocamentos chegou a 2h58, segundo pesquisa de percepção
Por ano, o paulistano passa, em média, o equivalente a um mês e meio parado no trânsito. O tempo gasto diariamente para fazer a totalidade de seus deslocamentos aumentou 20 minutos entre o ano passado e agora. Em 2015, os moradores da capital gastavam 2h38 em congestionamentos, tempo que passou para 2h58. A média faz parte de uma pesquisa do Ibope, encomendada pela Rede Nossa São Paulo, divulgada ontem. Para calcular os índices, o instituto analisou a percepção do paulistano sobre mobilidade.
A Pesquisa Sobre Modalidade Urbana considera deslocamentos como ir e voltar do trabalho, do hospital ou da academia ou deixar e buscar os filhos na escola. Entre quem usa automóvel todos ou quase todos os dias, o tempo médio para os deslocamentos chega a 3h06. Os usuários do transporte público gastaram 3h11. Os dados sobre ciclistas e os que se deslocam a pé não foram divulgados.
Já o tempo que o paulistano passa no trânsito para fazer sua atividade principal – trabalhar ou estudar, por exemplo – bateu recorde. O número é o mais alto desde 2009, ano em que foi incluída a pergunta sobre tempo de deslocamento. Em 2016, o gasto diário é de 2h01; em 2015 era 1h44.
(...) Desgaste. A saladeira Rosenilde Silva, de 33 anos, mora na zona norte e trabalha em um restaurante no centro. Diariamente, no transporte público, leva 1h40 de casa para o trabalho – mesmo tempo gasto na volta. São mais de três horas diárias somente para se deslocar para a atividade principal. "Acordo às 5h30 e só retorno para casa por volta das 20 horas. É cansativo porque faço o trajeto de ida e volta em pé e nos horários de pico. Quando volto para casa, não dá disposição para fazer nada. Só descanso e durmo."
Estes são alguns trechos de uma reportagem de Juliana Diógenes publicada na edição de 20 de setembro de 2016 do jornal O Estado de S. Paulo.
Dos 12 meses do ano, o paulistano passa um mês e meio parado no trânsito. O que faz o trânsito parar? Os congestionamentos de veículos. O que provoca os congestionamentos? A enorme quantidade de veículos, com destaque para os particulares, o desrespeito as leis de trânsito e, principalmente, o desrespeito aos cruzamentos. O que é um cruzamento? É um local onde duas vias se cortam, o que implica na necessidade de, ao fechamento do sinal da via em que trafegam, os motoristas terem que parar para que os da outra via possam se locomover, pois se não o fizeram ocorrerá, simplesmente, o seguinte: eles fecharão o cruzamento e consequentemente bloquearão a movimentação dos veículos da via para os quais o sinal está aberto. E assim, impedidos de se locomoverem, os veículos formarão filas cada vez maiores, gerando assim os congestionamentos. Congestionamentos nos quais, segundo a reportagem, os paulistanos passam até 45 dias por ano.
Condutores de veículos que tiverem um pouquinho de inteligência, o mínimo que seja, entendem facilmente o que é dito no parágrafo anterior, e consequentemente não contribuem para a formação de congestionamentos. Para os demais, vale o que é dito no próximo parágrafo.
"Existem apenas duas coisas infinitas - o Universo e a estupidez humana. E não tenho tanta certeza quanto ao Universo.", afirmou Albert Einstein. Vocês concordam que o fechamento de cruzamentos é uma demonstração inequívoca da veracidade de tal afirmação? E a partir da afirmação de Einstein, eu até ouso arriscar um novo significado para o que seja um cruzamento: é o encontro do desrespeito ao outro com a estupidez humana.

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