domingo, 28 de março de 2021

Coman é multado pelo Bayern por ir ao treino com carro de concorrente do patrocinador

Francês aparece em veículo da Mercedes-Benz, mas regra é usar apenas automóveis cedidos pela Audi, acionista da equipe bávara. Jogador vai ter que pagar R$ 334 mil de multa, segundo o "Bild"
O meia-atacante Coman foi multado pelo Bayern de Munique em 50 mil euros (R$ 334 mil) nesta segunda-feira, segundo o jornal "Bild". O motivo? Por ir com um carro da Mercedes-Benz para o treinamento. Desde janeiro de 2020, todo o elenco do time deve comparecer ao CT e eventos oficiais da equipe apenas em veículos da Audi, patrocinadora e acionista do clube.
A montadora parceira possui 8,33% das ações do Bayern de Munique. Os jogadores capaz de pagar do clube recebem carros da Audi de presente. O contrato é até 2029 e rende 50 milhões de euros por ano ao time alemão. A seguradora que dá nome ao estádio da equipe e a fornecedora de material esportivo também são acionistas.
Mas Coman foi ao treino com outro veículo e foi barrado na entrada. Segundo o "Bild", ele teve que estacionar na rua. Não foi a primeira vez que o francês enfrentou tal problema. Em abril do ano passado, Coman chegou ao CT do Bayern com uma McLaren. O meia-atacante foi punido, se desculpou e alegou que seu Audi estava quebrado.
O zagueiro Süle e o atacante Lewandowski também foram citados pelo "Bild" como outros jogadores que já foram punidos pelo Bayern pelo mesmo problema.
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Uma notícia aparentemente fútil, mas que, naqueles que ainda possuem alguma sensibilidade, pode provocar indagações, reflexões e indignações.
Que mundo é este?! Um mundo onde há quem pode pagar R$ 334 mil de multa a um patrocinador e milhões de indivíduos que não podem sequer alimentar-se, pois não há quem os patrocine! Um mundo onde poucos indivíduos milionários recebem caríssimos carros como presente e milhões de indivíduos miseráveis não recebem sequer baratos pratos de comida como caridade.
Que mundo é este?! Um mundo onde a própria subsistência de países depende dos interesses de uma cada vez menor quantidade de corporações que neles investem com a única finalidade de tornarem cada vez maior sua riqueza ao custo de uma cada vez maior pobreza da maioria dos indivíduos que neles sobrevivem. Um sombrio mundo que assemelha-se a uma carruagem cujas rédeas estão nas mãos de gananciosos investidores e patrocinadores. Será que faz sentido a vida depender de investidores e de patrocinadores?
"O esporte profissional precisa de dinheiro: das bilheterias, das televisões e dos patrocínios. E o dinheiro precisa de ídolos.", eis uma afirmação publicada (não anotei quando) na revista inglesa "The Economist".
E os ídolos precisam de quê? - eis uma indagação feita (neste momento) neste blog.
E seguindo a prática das indagações sucessivas, eis a última indagação desta postagem: E nós, de que precisamos para deixarmos de precisar de ídolos?

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