Número de feridos e mortos aumentou 20,9% no ano passado, segundo ISPA cada 23 minutos, em média, uma pessoa é vítima de acidente de trânsito no Estado do Rio de Janeiro. Em 2023, 22.738 pessoas foram feridas ou mortas em colisões e atropelamentos, um aumento de 20,9% em relação ao ano anterior; destas 1.341 morreram. Os dados, divulgados ontem pelo Instituto de Segurança Pública, fazem parte da plataforma ISPTrânsito.A maioria das vítimas em 2023 se acidentou na capital (10.808), seguida por Niterói (1.257 ocorrências) e Duque de Caxias (1.061). O período da tarde, entre meio-dia e 18h, concentra a maior parte dos registros. O ISPTrânsito integra o ISP-Conecta, uma ferramenta que disponibiliza as estatísticas de uma forma mais acessível, padronizada e separada por temas.- Essas estatísticas são muito importantes para auxiliar na criação e aprimoramento de políticas públicas estaduais. O painel mostra a importância de iniciativas do governo do estado, como a Operação Lei Seca e os programas de prevenção do Detran RJ – explica Marcela Ortiz, diretora-presidente do ISP.Em 2023, foram registradas 1.108 ocorrências de direção perigosa, um aumento de 58,5% em relação ao ano anterior, além de 1.928 autuações por falta de habilitação. A quantidade de pessoas atropeladas subiu 10,1% no estado, quando comparado com 2022.
Estes são
alguns trechos de uma notícia publicada na edição de 17 de maio de 2024 do
jornal O Globo.
O título da notícia por si só já seria suficiente para
chamar minha atenção, mas algo que vi no episódio do programa GREG NEWS intitulado Desvio
na Saúde (https://www.youtube.com/watch?v=B2XqF3aWobA&t=1s), exibido em 29 de maio de 2020, foi o que levou-me a
publicar neste blog uma postagem opinando sobre tal notícia. Em um vídeo que mostra
um trecho de um noticiário da CNN Brasil,
Ricardo
Barros, deputado federal há seis mandatos, ministro da Saúde no governo Temer, e
líder do governo na Câmara naquela época, saiu-se com a seguinte "pérola":
"Os hospitais estão quase quebrando porque eles perderam no seu movimento normal as cirurgias eletivas, aquelas que não são emergenciais, os acidentes de trânsito caíram muito, também eram um motivo de faturamento dos hospitais e a covid não está ocupando na maioria do país os leitos. Então, nós estamos ainda quebrando todo o nosso sistema hospitalar financeiramente porque eles não podem fazer o seu trabalho normal e também não tem clientes covid em todo o país pra ocupar os leitos."
Ou seja, o fato de ter diminuído a quantidade
de pessoas quebradas fisicamente em acidentes de trânsito estava levando os
hospitais a quase quebrarem financeiramente. Triste mundo este no qual o
faturamento das empresas depende das desgraças ocorridas com as pessoas. Um
mundo no qual quanto maiores forem as desgraças maior será o lucro das empresas
que vivem em função de desgraças.
Você já percebeu que as coisas mais lucrativas
que existem neste sinistro mundo são desgraças? Doenças que fazem as fortunas
de laboratórios farmacêuticos; acidentes que aumentam o faturamento de
hospitais; guerras que proporcionam lucros astronômicos aos fabricantes de
armas; violência e crimes que fazem a fortuna de donos de presídios privados e
de toda uma industria da segurança (sic), drogas que proporcionam lucros
exorbitantes aos que estão no topo da cadeia de produção e de distribuição, e
por aí vai.
Um ex-ministro da Saúde que lamenta a queda na quantidade
de acidentes de trânsito, pois o que, realmente, importa é o faturamento do
hospital, não a saúde das pessoas. Um mundo no qual a saúde das pessoas está entregue
a instituições que lucram com a doença. Instituições que lucram com a doença por
meio da venda de algo denominado plano de saúde. Parece um deboche. O que poderia
ser chamado de plano de saúde? Para responder esta indagação recorro a uma
afirmação atribuída Thomas Alva Edison
(1847 – 1931).
"O médico do futuro não receitará nenhum remédio, mas estimulará seus pacientes a cuidarem de si mesmos adequadamente, terem uma boa alimentação e prestarem atenção na causa e na prevenção das doenças."
Será que faz sentido dizer que ao fazer o que Thomas Edison disse que ele faria, o que o médico do futuro estaria fazendo seria oferecer aos seus pacientes algo que poderia ser considerado um verdadeiro plano de saúde? Ou seja, um plano para manter-se são? O que você acha?
O problema é que em
suas previsões Thomas Edison não enxergou que, no futuro, a saúde das pessoas
não estaria mais nas mãos de médicos, e sim de instituições privadas cujo interesse
não é pela saúde, e sim pela doença. E ao redigir a frase anterior, o velho
método das recordações sucessivas fez-me lembrar de um livro publicado em 1982.
De autoria do doutor Jayme Landmann, o livro tem o seguinte título: Evitando
a Saúde e Promovendo a Doença. Sugestivo, não?
Pandemia superada,
quantidade de acidentes de trânsito aumentando, faturamento dos hospitais
aumentando, Ricardo Barros e donos de hospitais comemorando! Que mundo é esse?!
Em tempo: até o momento da publicação desta postagem, as chocantes palavras de Ricardo Barros podiam ser ouvidas no endereço (https://www.youtube.com/watch?v=B2XqF3aWobA&t=1s), a partir do final do 18º minuto.
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